Southwest Airlines anuncia o primeiro corte de pessoal em larga escala em 50 anos de empresa

Nos últimos anos, a Southwest fez uma grande ampliação de seu quadro de funcionários, mas agora enfrenta pressão dos investidores para controlar as despesas

A Southwest Airlines (S1OU34) anunciou que cortará 15% de sua força de trabalho corporativa. Isso representa cerca de 1.750 empregos, como parte de uma estratégia para reduzir custos e otimizar suas operações.

Assim, é a primeira vez em seus 53 anos de história que a empresa realiza uma demissão em massa. Logo, tem-se uma mudança significativa em suas práticas após um embate com o investidor ativista Elliott Investment Management no ano passado.

Então, mesmo quando concorrentes e empresas de diversos setores realizaram cortes de pessoas em períodos difíceis, a Southwest evitou demissões forçadas em larga escala. Por exemplo, durante recessões econômicas, inclusive após o atentado de 11 de setembro de 2001 e durante a pandemia da covid-19.

Esse histórico sempre foi motivo de orgulho para seus executivos e contribuiu para a lealdade de seus funcionários.

Contudo, nos últimos anos, a companhia fez uma grande ampliação de seu quadro de funcionários, mas agora enfrenta pressão dos investidores para controlar as despesas.

Apesar da alta demanda por viagens, os custos trabalhistas aumentaram. Isso em parte devido a novos acordos com sindicatos, enquanto outras pressões inflacionárias afetaram suas margens de lucro.

O diretor-presidente Bob Jordan afirmou no mês passado que os custos administrativos cresceram mais rapidamente do que o restante da companhia.

“Temos de garantir que financiamos o trabalho certo, reduzir a duplicação de esforços e ter uma estrutura organizacional enxuta que promova a clareza, o ritmo e a urgência”, escreveu Jordan numa mensagem dirigida aos funcionários na segunda-feira (17), acrescentando que tinha chegado a esta decisão sem precedentes “com ponderação e cuidado”.

Os cortes serão focados principalmente nos setores corporativo e de gestão, com a eliminação de onze cargos de liderança sênior. A empresa estima que a reestruturação economizará US$ 210 milhões este ano e US$ 300 milhões no próximo.

Assim, as demissões entram em vigor no fim de abril e, até lá, a maioria dos funcionários afetados continuará recebendo salários, benefícios e bônus, mesmo sem trabalhar. Pilotos e comissários de bordo não serão impactados.

A redução de custos faz parte de um plano de reestruturação mais amplo, que inclui mudanças no modelo de negócios da Southwest. Envolve a introdução de assentos reservados e a venda de fileiras com espaço extra para as pernas.

Então, a intenção é atrair passageiros que buscam uma experiência de voo mais confortável. Além, daqueles que não gostam da política de assentos livres da companhia.

Essas mudanças, no entanto, não trarão impacto financeiro imediato. Enquanto isso, a empresa está desacelerando seu crescimento, reduzindo rotas e adotando operações mais enxutas para melhorar seu desempenho financeiro.

No mês passado, a Southwest anunciou um congelamento de contratações e promoções, além da suspensão da maioria dos programas de estágio de verão. Também cancelou eventos presenciais realizados em diversas cidades para se comunicar e celebrar com funcionários remotos, uma tradição da empresa há décadas.

Com atrasos na entrega de novas aeronaves pela Boeing, a empresa ofereceu pacotes de desligamento voluntário e licenças não remuneradas. Isso para funcionários em aeroportos onde considera estar superdimensionada.

Para aumentar a eficiência da frota atual, a companhia reduziu o tempo que os aviões permanecem no solo entre voos. E, este mês, operou seus primeiros voos noturnos para maximizar o uso das aeronaves e gerar mais receita.

Além disso, a Southwest tem buscado novas formas de lucrar com sua frota existente e com os aviões encomendados à Boeing.

No mês passado, fechou um acordo para vender 36 aeronaves a outra empresa e alugá-las de volta, como parte de sua estratégia financeira.

Com informações do Valor Econômico.

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