Teles brasileiras migram para serviços corporativos de TI, mas ainda estão atrás das europeias

Maior operadora do país em número de clientes, a Vivo tinha 32% de seu faturamento no segmento B2B atrelado a serviços de TI. Na Oi, esse percentual era de 30%

Serviços de tecnologia da informação, como computação em nuvem, internet das coisas e cibersegurança, ainda representam menos de um terço da receita de operadoras brasileiras no segmento corporativo.

Já na Europa, esse percentual se aproxima de 60%, no caso das teles mais bem posicionadas no mercado de serviços digitais voltados para empresas. A comparação aparece em relatório da consultoria Oliver Wyman sobre o futuro do mercado corporativo (B2B, na sigla em inglês) de telecomunicações.

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O estudo engloba 14 operadoras, das quais quatro (Vivo, Oi, Algar e Unifique) atuam no Brasil. O ranking geral é encabeçado pelo italiano Grupo TIM (a antiga Telecom Italia), que tinha 58% de sua receita corporativa proveniente de serviços de tecnologia da informação (TI).

Em segundo e terceiro lugares aparecem, respectivamente, BT (57%) e Swisscom (50%). Os percentuais se referem às receitas de 2023. Já no caso das operadoras brasileiras, o período analisado foi dos últimos 12 meses até o fim do segundo trimestre de 2024.

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Maior operadora do país em número de clientes, a Vivo tinha 32% de seu faturamento no segmento B2B atrelado a serviços de TI, segundo a consultoria global. Na Oi, esse percentual era de 30%. Mais atrás na lista aparecem as operadoras regionais Algar (19%) e Unifique (6%).

O esforço das operadoras para ampliar sua participação no mercado de serviços de TI reflete uma busca por negócios com maiores taxas de crescimento, ainda que com margens mais estreitas do que aquelas praticadas nos serviços tradicionais de telecomunicações, diz Felipe Hildebrand, sócio para as áreas de comunicação, mídia e tecnologia da Oliver Wyman.

Na Vivo, por exemplo, entre 2021 e 2023, a receita gerada por serviços digitais prestados a clientes corporativos se expandiu a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 19%.

No mesmo período, o faturamento com serviços tradicionais de telecomunicações (voz e acesso à internet) avançou a uma taxa composta de 2%, considerando mais uma vez o segmento B2B.

A mesma disparidade em termos de crescimento entre serviços de TI e os tradicionais aparece nos números da Algar (28% versus 2%), da Unifique (67% versus 28%) e da Oi (35% versus -9%).

“Tecnologia da informação é um mercado que cresce a uma taxa ‘double digit’ [de dois dígitos]”, resume Hildebrand. Já os serviços de conectividade e telefonia móvel para empresas estão mais “comoditizados”, na visão do consultor, e por isso apresentam percentuais de expansão da receita menores, muitas vezes abaixo dos índices de inflação.

Embora tenham margens de lucro menores, os serviços B2B de tecnologia da informação não exigem tanto investimento quanto a implantação de redes de fibra óptica e telefonia móvel, por exemplo. Podem ser implantados e ampliados inclusive por meio de parcerias com outras companhias, observa Hildebrand.

“No setor de tecnologia, temos ‘players’ tão grandes e com o bolso tão fundo que não faz sentido as operadoras de telecomunicações concorrerem com eles diretamente”, acrescenta o gerente-sênior Vinícius Miloco, da Oliver Wyman.

A Claro ficou fora da análise da consultoria por ter capital fechado no país — não há dados públicos disponíveis detalhando suas receitas no segmento B2B.

A TIM Brasil, por sua vez, tem papéis negociados na B3, mas não divulga informações com um nível de detalhe que permita este tipo de análise, conforme esclareceu a Oliver Wyman.

Com informações do Valor Econômico

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