A venda de medicamentos em supermercados — que foi apresentada ao governo como uma alternativa para conter o avanço da inflação — deve evoluir “em questão de dias”, disse Márcio Milan, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em entrevista coletiva com jornalistas, na manhã desta quinta-feira (30).
Para Milan, a questão já é apaziguada em diversos países, e não há motivo que justifique o Brasil ficar de fora. “É questão de dias, e os medicamentos isentos de receita vão estar à disposição dos consumidores nos supermercados”, afirmou.
Outra medida apresentada pelo setor ao Executivo foi a redução das taxas cobradas pelos cartões de vale-alimentação e vale-refeição. Segundo a Abras, uma cobrança menor poderia ser revertida em margens melhores e em menor repasse aos preços. Milan afirma que o debate está bem avançado e “há uma consciência grande por parte do governo”.
Dólar e taxa de juros em alta
Apesar do esforço, não se sabe ao certo se as propostas vão conseguir frear o avanço da inflação, especialmente com o dólar ainda elevado e a taxa Selic em trajetória crescente. Além disso, para começarem a valer, as medidas precisam ser convertidas em lei, mas o ano legislativo ainda não começou, com início das atividades de Câmara e Senado previstas apenas para fevereiro.
A Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) criticou a Abras abertamente sobre a proposta envolvendo os remédios. Segundo a associação, aprovar essa medida “é ferir de morte todo um contingente de famílias e colocar o equilíbrio econômico de um setor que funciona bem e é muito respeitado em todo o mundo em risco”.
Para as associações que representam empresas de vales-alimentação e refeição do país, não há evidências de que as atuais mudanças propostas na regulação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) reduziriam os preços dos alimentos aos trabalhadores.
*Com informações do Valor Econômico
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