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Venda para EUA e proposta a árabes impulsionam Embraer (EMBR3)
Empresas citadas na reportagem:
As ações da Embraer subiram 4,32%, a R$ 27, ontem após a empresa anunciar encomenda de até 133 jatos da American Airlines, para voos regionais nos Estados Unidos, e a abertura de um escritório na Arábia Saudita enquanto negocia a venda de 33 aeronaves de transporte militar C-390 Millennium com o governo saudita.
Conforme comunicado divulgado pela Embraer, o negócio com a companhia aérea americana prevê 90 pedidos firmes para o E175, com opção de compra de outros 43 jatos do mesmo modelo.
Caso todos os direitos de compra sejam exercidos, o acordo superará os US$ 7 bilhões (R$ 34 bilhões). O pedido anunciado ontem é o maior do modelo E175 já feito pela American Airlines à Embraer, segundo Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.
As aeronaves, com 76 assentos na configuração padrão de duas classes da American Airlines, serão utilizadas para atender à demanda por voos regionais nos Estados Unidos. O E175 é um dos modelos mais populares na região, com 837 aeronaves vendidas, incluindo as 90 encomendadas ontem, e 88% de participação de mercado no segmento desde 2013.
A expectativa é a de que os jatos regionais com duas classes de cabine dominem a frota da American Airlines quando as entregas dos novos E175 da Embraer forem concluídas. A meta da companhia é aposentar todas as suas aeronaves com capacidade para até 50 assentos, que operam em classe única, até o fim da década.
“Na última década, investimos fortemente na modernização e simplificação de nossa frota, que é a maior e a mais jovem entre todas as companhias aéreas dos Estados Unidos”, disse o CEO da American Airlines, Robert Isom, em comunicado. “Este pedido continuará a fortalecer nossa frota com as mais novas e mais eficientes aeronaves, para seguirmos oferecendo aos nossos clientes a melhor malha aérea, com confiabilidade operacional recorde.”
Aviação Militar
Também ontem o vice-presidente da divisão de Defesa e Segurança da Embraer para Oriente Médio e Ásia-Pacífico, Caetano Spuldaro Neto, afirmou que a proposta de venda de aviões militares para a Arábia Saudita tem o objetivo de maximizar a presença da companhia na região.
“Isso pode incluir a abertura de um escritório de engenharia, um centro de finalização de aeronaves, uma linha de produção de equipamentos e centros de treinamento da Embraer na Arábia Saudita”, afirmou Spuldaro, em palestra a empresários dos dois países na Brazil Saudi Arabia Conference, realizada pelo Lide na sede da Federação das Câmaras de Comércio Saudita, em Riad.
Além da Força Aérea Brasileira, a Embraer já fechou a venda de unidades do C-390 para os governos de Portugal, Hungria, Holanda, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul.
O modelo, voltado para transporte de cargas e tropas, também pode ser usado para combate aéreo ou em missões de evacuação médica, resgate e assistência humanitária. O modelo também é capaz de reabastecer outros aviões e helicópteros em pleno voo. De acordo com a empresa, a aeronave pode ser reconfigurada para os demais usos em apenas três horas.
Segundo Spuldaro, a compra da aeronave pela Arábia Saudita pode proporcionar uma economia de US$ 2 bilhões, do ponto de vista operacional para o governo do país nos próximos 30 anos. Além da economia com manutenção, a proposta inclui o atendimento de especificidades requeridas pela Força Aérea da Arábia Saudita e uma parceria com a Saudi Arabian Military Industries (Sami).
“Queremos incluir a transferência de tecnologia para, no longo prazo, podermos desenvolver equipamentos e explorar mercados de maneira conjunta. Essa proposta de valor para o governo saudita está disponível para todas as aeronaves produzidas pela Embraer, incluindo os jatos executivos”, acrescentou. “Queremos transformar a Arábia Saudita em um hub da Embraer para a região, incluindo o Oriente Médio e o Norte da África”, completou Spuldaro.
No começo de fevereiro, durante o World Defense Show 2024, a Saudia Technic e a Embraer Serviços & Suporte assinaram um memorando de entendimento para iniciar colaboração em atividades de manutenção e treinamento. Segundo a empresa, o objetivo é aprimorar a cooperação tanto na aviação comercial, com foco na família de jatos E2, quanto na aviação executiva.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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