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Terminou a briga entre a WeWork e o fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11). A WeWork, que passa por recuperação judicial nos EUA, prometeu pagar todos os aluguéis atrasados e desocupar parte do imóvel alvo do litígio. A empresa aceitou pagar uma multa pela rescisão de contrato e garantiu que deixará o endereço mantendo os escritórios mobiliados. A Rio Bravo busca um novo inquilino para a torre desocupada. A WeWork deve a outros três fundos imobiliários no Brasil.
Terminou a briga entre a WeWork e o fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11). Após conseguir na Justiça liminar de despejo contra a operadora americana de escritórios compartilhados, que deixou de pagar quatro meses de aluguel, as duas empresas chegaram a um acordo na última quinta-feira (3).
A WeWork, que passa por recuperação judicial nos Estados Unidos, prometeu pagar todos os alugueis atrasados. Além disso, vai desocupar parte do imóvel alvo do litígio, um conjunto com três torres localizado na Rua Girassol, 555. O prédio fica no bairro da Vila Madalena e é sublocado pela WeWork para empresas famosas de tecnologia como Quinto Andar e Rappi.
WeWork vai pagar multa para o RCRB11
A costura do acordo garante, enfim, paz para o Quinto Andar, startup que se tornou alvo de brincadeiras na internet com o risco de se tornar uma imobiliária sem-teto.
A WeWork vai ficar com as torres onde estão os principais contratos, inclusive esse do Quinto Andar. E vai, então, devolver a única torre que opera com posições vagas.
Além disso, a WeWork aceitou pagar uma multa pela rescisão de contrato. E garantiu que vai deixar o endereço mantendo os escritórios mobiliados e prontos para um futuro novo locatário.
RCRB11 busca novo inquilino
Segundo a Rio Bravo, gestora que opera o RCBR11 e que tem entre seus sócios o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, não será difícil encontrar um novo locatário.
A reportagem apurou que desde que a disputa judicial ganhou publicidade operadoras como Regus e GoWorking demonstraram interesse em assumir a operação.
Essas empresas são concorrentes da WeWork em São Paulo. Resta saber, agora, se aceitariam ficar com apenas uma de três torres disponíveis.
Entenda a história
Em agosto, a gestora Rio Bravo entrou com ação na Justiça pedindo a quitação dos débitos ou a desocupação do espaço por parte do inquilino. Em setembro, a Justiça concedeu liminar de despejo contra a WeWork.
O prédio tem neste momento 80% de suas posições ocupadas. São sublocadas principalmente para empresas de tecnologia e de inovação. Entre elas, QuintoAndar, Wise e Rappi.
Além do RCRB11 e WeWork
Além do Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), neste momento o WeWork deve a outros três fundos. São eles o Vinci Offices (VINO11), o Torre Norte (TRNT11) e o Valora Renda Imobiliária (VGRI11).
No final de setembro, a WeWork fechou acordo com um dos fundos com quem estava inadimplente e que também ameaçava processo judicial, o Santander Renda de Aluguéis (SARE11), da Santander Asset.
Em fato relevante, o SARE11 informou que a WeWork quitou 50% dos valores até então em aberto. Isso incluindo o aluguel de agosto de 2024 com os devidos juros cobrados.
“O saldo restante será pago nos próximos meses, seguindo assim o cronograma estipulado entre as partes”, afirma o documento.
“Quanto aos aluguéis futuros”, destaca ainda o fato relevante, “esses foram renegociados e seguirão o fluxo do contrato de locação normalmente, sendo o primeiro vencimento ao final de outubro de 2024”.
Problemas em série
Então, se hoje a WeWork empilha problemas, há pouco a empresa era tida como a principal tomadora de imóveis em Nova York. Chegou a ser avaliada em US$ 47 bilhões.
De lá para cá, no entanto, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (chapter 11) e obteve a aprovação para a reorganização em maio deste ano.