Netflix (NFLX34) dispara depois de anunciar plano mais barato para alguns países; Brasil está na lista
Ações (NFLX) e BDRs da Netflix (NFLX34) se valorizam após anúncio de planos mais baratos, que podem conter queda no número de assinaturas

A empresa de serviços de streaming de vídeo Netflix (NFLX e NFLX34) anunciou hoje um novo plano de assinatura com a inserção de publicidade em conteúdos para 12 países, incluindo o Brasil.
Por aqui, a oferta tem início no dia 3 de novembro por a partir de R$ 18,90 mensais. Nesta modalidade, anúncios de 15 a 30 segundos serão veiculados antes e durante a exibição de filmes, séries e outros conteúdos do catálogo.
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“Acreditamos que, com esse lançamento, vamos prover planos para todos os tipos de assinantes”, disse hoje Greg Peters, diretor de operações da Netflix, em conferência com jornalistas.
Ele informou que a carga de anúncios será de, no máximo, quatro a cinco minutos por hora de exibição e acrescentou que o novo modelo com publicidade complementa os planos já existentes.
O anúncio impactou as ações da Netflix (NFLX), que fecharam em alta de 5,27% na Nasdaq, valendo US$ 232,51.
No Brasil, os BDRs da empresa (NFLX34) registravam desempenho ainda melhor, com valorização de 8,44% (com os ganhos da ação e do dólar), valendo R$ 24,53.
Preço do plano
O novo plano com anúncios é R$ 7 mais barato do que o plano básico (R$ 25,90 mensais), sem anúncios, que permite download de conteúdos e é restrito a uma única tela por vez (smartphone ou TV inteligente, por exemplo).
O plano Padrão (R$ 39,90 mensais) oferece imagens em resolução HD melhor (1.920 x 1.080 pixels) e permite que o usuário assista a filmes e séries em duas telas simultâneas. Já o Premium (R$ 55,90 ao mês) exibe imagens em resolução Ultra HD e 4K e permite assistir aos conteúdos em até quatro telas simultaneamente.
Sem download
O plano com publicidade não permite download de conteúdos, ao contrário dos planos atuais. Segundo Peters, inicialmente, entre 5% e 10% dos conteúdos não estarão disponíveis para os assinantes do pacote com anúncios.
Quanto à privacidade de dados dos usuários, Jeremi Gorman, presidente global de publicidade da Netflix, disse que os dados de usuáiros serão disponibilizados somente para as ofertas de anunciantes e não compartilhados de outras formas.
No primeiro trimestre de 2023, a plataforma contará com duas empresas parceiras de verificação da exibição de anúncios e com análises de resultados da consultoria Nielsen. Segundo Gorman, a precificação dos anúncios terá um preço fixo e não funcionará no modelo de leilões, como é comum em plataformas online de buscas, por exemplo.
Salto à frente da concorrência
Com o anúncio, a Netflix sai à frente da principal concorrente Walt Disney, que anunciou, em 10 de agosto, planos com publicidade para os serviços de streaming Disney+, Hulu e ESPN+, a partir de 8 de dezembro, nos Estados Unidos.
A oferta de planos com publicidade é uma estratégia da Netflix para reverter a queda no volume de assinantes no segmento de vídeo sob demanda, cada vez mais concorrido globalmente, com rivais como Amazon (Prime), Walt Disney (Disney+, Start+ e StarzPlay) e Warner (HBO+).
Para o Disney+, a inserção de publicidade, é uma forma de mitigar a queda no volume de assinantes de canais de TV por assinatura, destacou recentemente a revista americana “Barron’s”.
Até o momento, a Walt Disney não anunciou os novos planos com anúncios para outros países além dos EUA. A mensalidade básica da assinatura do Disney+ com publicidade custará a partir de US$ 8 (R$ 41,64 na conversão para o dólar de hoje).
No Brasil, atualmente, o catálogo do Disney+ é oferecido por a partir de R$ 27,90 mensais. O pacote com dois catálogos (Disney+ e Star+)sai por R$ 45,90 e o pacote de três catálogos, incluindo o serviço Lionsgate+, antigo StarzPlay, custa R$ 55,90 ao mês.
Parceria com a Microsoft
Em julho, a Netflix anunciou uma parceria com a Microsoft (MSFT34) para a criação de sua plataforma de anúncios digitais. Poucos dias depois, sinalizou que lançaria em breve planos com publicidade ao divulgar o balanço do segundo trimestre, quando perdeu cerca de 970 mil assinantes.
Resultados trimestrais
A Netflix fechou o segundo trimestre com 220,67 milhões de assinantes e projetou conquistar 1 milhão de assinantes no terceiro trimestre.
A estratégia, que já era esperada pelo mercado desde abril, é uma forma de ampliar a base de assinantes da empresa americana, que vem diminuindo.
Nos três meses encerrados em junho, a empresa registrou lucro líquido de US$ 1,44 bilhão, o que representa alta de 6,7% em relação ao mesmo período de 2021. A receita líquida avançou 8,6% no comparativo trimestral, para US$ 7,97 bilhões.
O novo plano traz melhorias na qualidade de transmissão de conteúdos, que passa a ter uma resolução mínima de HD de 1.280 x 720 pixels para o plano com publicidade e para o plano básico, que antes contava com uma resolução inferior. “Estamos ajustando a resolução para HD em todos os planos”, disse Peters.