Nota de crédito da Petrobras (PETR3;PETR4) pode cair com aumento de interferência política, diz Moody’s

Agência de crédito diz que interrupção na venda de ativos pode expor margens da Petrobras à volatilidade política

Governo Lula quer rever dividendos e política de preços (Foto: Divulgação)
Governo Lula quer rever dividendos e política de preços (Foto: Divulgação)

Uma deterioração nos controles de governança da Petrobras (PETR3;PETR4), com maior interferência do governo federal nas decisões da companhia, pode trazer impactos negativos para a sua nota de crédito, diz a Moody’s.

Os analistas Carolina Chimenti, Danilo Arashiro e Marcos Schmidt escrevem que a Petrobras possui controles internos robustos, mas que a União já deu sinais que deve caminhar para relaxar esses mecanismos como forma de aumentar influência.

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A interrupção no processo de venda de refinarias vai manter as margens da Petrobras expostas à volatilidade política dos preços dos combustíveis, mesmo que os efeitos possam ser pequenos já que refino representa um quarto do seu resultado.

“A interferência política na direção da companhia levanta dúvidas sobre riscos de governança e cria incertezas em torno da política de precificação de combustíveis”, afirma a agência de classificação de riscos.

Queda nos dividendos de Petrobras

Já a redução no pagamento de dividendos em si não é ruim para o perfil de crédito da Petrobras, aponta a Moody’s, podendo criar valor caso seja aplicativo em investimentos que acelerem transição energética.

“Mas não temos visibilidade de como a Petrobras vai usar esse dinheiro adicional e quanto seria mandado para o governo em forma de impostos e outros pagamentos”, comentam.

A Moody’s tem nota de crédito “Ba1” para Petrobras, acima da nota soberana do Brasil, exatamente pela robustez do seu perfil de crédito e inserção em um mercado resiliente.

“No entanto, a classificação reflete também os padrões de governança atuais e sua proteção contra interferência externa. Se a qualidade cair e a vulnerabilidade aumentar, podemos considerar cortar essa nota”, afirmam.

Mudanças na atual estratégia de negócios e alocação de capital da Petrobras que enfraqueça seu perfil de crédito ou robustez financeira também impactariam negativamente as notas.

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