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O carbono e a nova cena dos Investimentos
Os mecanismos de precificação do carbono são ferramentas essenciais no combate às mudanças climáticas e têm ganhado crescente importância nas últimas décadas. Isso porque a preocupação com o aquecimento global e seus impactos aumenta.
Dessa forma, os mecanismos têm como objetivo atribuir um custo financeiro às emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa (GEE). Assim, incentivando a redução das emissões e promovendo a transição para uma economia de baixo carbono.
Então, investidores e mercados financeiros desempenham papel crucial. E novas oportunidades surgem em setores diretamente impactados por políticas ambientais, criando-se um ambiente favorável ao desenvolvimento de ativos sustentáveis.
O que são mecanismos de precificação do carbono?
Os mecanismos de precificação do carbono podem ser entendidos como uma abordagem econômica para controlar as emissões de GEE.
Dessa maneira, internalizando o custo social das emissões que anteriormente não era refletido nas transações de mercado.
Assim, existem duas formas principais de precificação do carbono:
Cap-and-Trade
Neste sistema um governo ou autoridade reguladora estabelece um limite total (cap) de emissões que as empresas podem emitir em um determinado período.
Dessa maneira, as empresas que emitem abaixo de sua cota podem vender seus créditos de carbono para outras que ultrapassam o limite, criando assim um mercado de carbono.
O preço do carbono é determinado pela oferta e demanda por esses créditos.
Imposto sobre o carbono
Neste modelo os governos cobram uma taxa fixa por tonelada de carbono emitida.
Assim, o imposto sobre o carbono é uma abordagem mais direta e previsível, onde as empresas pagam um valor proporcional ao nível de emissões gerado. Então, isso incentiva a redução de poluentes com base em custos claros e explícitos.
Também existem mercados voluntários de carbono, onde empresas e indivíduos compram créditos de carbono para compensar suas emissões mesmo que não sejam obrigados por lei.
Dessa maneira, ao atribuir um custo direto às emissões, esses mecanismos incentivam as empresas a buscarem alternativas mais limpas e eficientes.
Como a adoção de tecnologias de energia renovável ou a melhoria da eficiência energética.
A precificação do carbono também traz maior transparência às empresas pois as emissões e os custos associados a elas passam a ser contabilizados.
Então, isso permite que investidores e consumidores tomem decisões mais informadas sobre quais empresas apoiar ou em quais produtos investir.
Implicações para investidores e o setor financeiro
À medida que governos em todo o mundo implementam políticas mais rigorosas para reduzir as emissões de GEE, as empresas que emitem grandes quantidades de carbono enfrentam custos crescentes.
Então, isso pode afetar sua lucratividade e competitividade no mercado.
Dessa forma, os investidores devem estar atentos ao chamado riscos de transição em seus investimentos. Isso para, por exemplo, não verem suas investidas terem margens reduzidas em função de aumento nos custos operacionais, depreciação de ativos ou até mesmo perda de valor de mercado.
Por outro lado, esse cenário incentiva o crescimento de setores que oferecem alternativas sustentáveis. Assim como energia solar, eólica, biocombustíveis e tecnologias de captura de carbono.
Assim, investir em empresas que lideram a transição para uma economia de baixo carbono pode oferecer retornos consistentes. Especialmente em um cenário onde o arcabouço regulatório ajuda na contenção do chamado greenwashing.
Por último, de forma mais específica, os créditos de carbono ganham cada vez mais interesse de investidores. Assim, emergem como uma nova classe de ativos negociáveis.
Então, empresas investem em projetos de redução de emissões, como reflorestamento e energias renováveis, podem gerar créditos.
E esses créditos são vendidos em mercados voluntários ou regulados, proporcionando nova fonte de receita. Investidores também podem negociar esses créditos como parte de uma estratégia de diversificação de portfólio.
Assim, no Brasil esse último aspecto segue ganhando maturidade. Dessa forma, se tornando um desenvolvimento natural do mercado financeiro utilizar essa nova classe de ativos na busca por retornos. Tudo aliado com a diversificação.
Um olhar para o futuro
Apesar de sua eficácia, os mecanismos de precificação do carbono enfrentam uma série de desafios e críticas.
Então, um dos principais problemas está na fixação do preço adequado para o carbono.
Se o preço for muito baixo, ele pode não ser suficiente para incentivar empresas a reduzir suas emissões de forma significativa.
Além disso, os mercados de carbono podem enfrentar volatilidade de preços, o que cria incerteza para as empresas.
Porém, à medida que as preocupações com as mudanças climáticas continuam a crescer, é provável que os mecanismos de precificação do carbono se tornem mais amplamente adotados e integrados às estratégias de desenvolvimento econômico global.
Para os investidores, isso significa que as considerações climáticas terão um papel cada vez mais central na construção de portfólios.
Empresas que não se adaptarem a essa nova realidade podem enfrentar declínio, enquanto aquelas que liderarem a transição para uma economia de baixo carbono poderão colher os frutos dessa transformação.
Portanto, os mecanismos de precificação do carbono não são apenas uma ferramenta crucial para mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas também uma força transformadora no mercado financeiro, criando oportunidades de investimento e redefinindo os critérios de sucesso empresarial no século XXI.
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