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Oncoclínicas (ONCO3) sobe quase 10% após anúncio de compra de ativos da Unimed-Rio
As ações da Oncoclínicas (ONCO3) saltavam 9,21%, cotadas a R$ 11,15, por volta das 12h25 desta sexta-feira (19) no pregão da B3. A disparada ocorre após o anúncio de aquisição de ativos da Unimed-Rio por R$ 350 milhões.
A companhia adquiriu a fatia de 50% de uma joint-venture que detinha com a cooperativa carioca na Ceon, uma clínica de oncologia, desde 2013 e 100% do Hospital Marcos Moraes.
O pagamento será feito com recursos próprios, em três parcelas.
Segundo analistas, a transação é positiva à Oncoclínicas porque reduz sua exposição à Unimed-Rio, cooperativa que enfrenta graves crises financeiras, com prejuízo de R$ 1,3 bilhão nos nove primeiros meses do ano passado, dificuldade de pagamento aos prestadores de serviços.
Além disso, aumenta sua eficiência tributária quando os ativos forem absorvidos como subsidiárias operacionais à holding da companhia.
Segundo cálculos da XP, a Ceon e o Hospital Marcos Moraes têm valor líquido (retirando as dívidas) de R$ 200 milhões.
‘Movimento estratégico’
Os analistas Caio Moscardini, Guilherme Gripp e Karoline Correia, do Santander, escrevem que uma eventual falência da Unimed-Rio tem sido uma fonte de discussão, e a principal preocupação tem sido em relação aos recebíveis da Oncoclínicas contra a Unimed-Rio. Assim, o negócio diminui significativamente este risco, afirmam.
Além disso, os cálculos sugerem uma avaliação barata para os ativos em uma dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 4,8 vezes, ante 9 vezes da Oncoclínicas em 2023, escrevem os analistas.
Eles ressaltam ainda que o pagamento será parcelado em dinheiro, em três parcelas, e e direitos creditórios que tenham contra Unimed-RJ, e que o acordo ainda está sujeito às aprovações regulatórias habituais.
O Santander tem recomendação de compra para as ações da Oncoclínicas, com preço-alvo de R$ 10,75.
‘Otimização tributária’
A aquisição da Oncoclínicas é um ponto estratégico positivo dado que liquida um recebível com maior risco de cobrança e reduz o montante de rendimentos para acionistas não controladores, diz Goldman Sachs, em relatório.
Além disso, haverá otimização tributária adicional, uma vez que a Ceon seria incorporada ao nível da holding assim que a transação fosse concluída, escrevem os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira. O fechamento da transação ainda está pendente de aprovações regulatórias usuais, dizem.
Segundo eles, a Unimed-Rio, que é um dos principais pagadores da Oncoclinicas, está operando em um ambiente mais desafiador com perdas líquidas chegando a R$ 1,3 bilhão no período de nove meses em 2022 e acumulando passivos a pagar em todo o setor provedor brasileiro.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para as ações da Oncoclínicas, com preço-alvo de R$ 14.
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