Os ETFs para investidores loucos por inovação
O maior acesso a mercados no exterior, a partir do Brasil, tem aberto a um leque cada vez maior de investidores de varejo a produtos diversificados. Entre eles está um universo bem mais amplo de cotas de fundos de investimentos negociadas em bolsa, os ETFs.
Além dos tradicionais títulos atrelados aos principais índice acionários, indicadores de renda fixa ou mesmo a criptomoedas, ETFs temáticos ligados a promissoras indústrias de inovação como sequenciamento genético e robótica estão entrando nas prateleiras de corretoras brasileiras.
Para o colunista da Inteligência Financeira e estrategista-chefe da corretora de investimentos Avenue, William Castro Alves, além de grandes investidores, como fundos, o movimento encontra eco no público de varejo. “Os investidores pessoas físicas estão se interessando cada vez mais por teses diferentes, coisas que você não consegue acessar no Brasil”, diz.
Mas assim como os produtos mais conhecidos do grande públicos, os ETFs ligados a inovação em geral são frequentemente de renda variável e têm um índice de bolsa como referência de desempenho. Pela natureza experimental comum a várias delas, frequentemente os investimentos no setor costumam ser bastante voláteis.
Por isso, quanto mais inovador o tema do ETF, mais abrangente costuma ser suas cesta de papéis, justamente para que flutuações individuais possam ser amortecidas.
Para William Eid Junior, diretor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, os ETFs podem ser uma boa alternativa para quem aposta em teses de investimentos mais específicas.
“Mas o investidor deve igualmente ter um horizonte de longo prazo”, diz o professor à Inteligência Financeira.
A Inteligência Financeira listou sete ETFs, todos compostos por ações de empresas de inovação tecnológica listadas em bolsas dos Estados Unidos, mas vendidos por corretoras no Brasil, com investimento inicial a partir de R$ 100.
TECK11
Esse ETF é 10 grandes empresas globais de tecnologia e consumo. O produto tem taxa de administração 0,25% ao ano. A cota, que teve valorização de 32% nos últimos 12 meses, tem como referência o índice Nyse Fang+.
Carteira
A carteira é composta pelas ações de Meta, Apple, Nvidia, Google, Tesla, Amazon, Microsoft, Netflix, AMD, Snowflake (empresa de computação em nuvem).
MILL11
Composto por uma cesta de ações de 50 empresas, o ETF tem como objetivo capturar o potencial de aumento de consumo da geração millennials, pessoas nascidas entre 1980 e 2000, com grande poder de consumo e que prioriza experiências a bens de consumo.
A cota se referencia no índice MSCI USA IMI Millenials Select 50 e teve valorização de 14% no último ano. Sua taxa de administração é de 0,5% anual.
Carteira
A carteira do MILL11 é composta por: Nvidia, Meta, Amazon, Adobe, Apple, UnitedHealth, Netflix, Coca-Cola, Walmart, McDonalds, Pepsi, Visa, Disney, Comcast, Procter & Gamble, Alphabet, Costco Whosale, Lowe’s, Mondelez, Paypal, Elevance Health, T-Mobile, Booking Holdings, Applied Materials, Colgate, Activision Blizzard, Fiserv, Mercado Livre, Verizon, General Mills, Lululemon Athletica, Ross Stores, Yum Brands, Trade Desk, Block, Starbucks, LAM Research, Airbnb, Target, Micron Technology, NXP Semicondutors, Kroger, Dollar General, Keurig DR Pepper, Eletronic Arts, Warner Bross, Costar, HP.
SHOT11
O papel engloba investimento em 50 empresas com alto nível de inovação. Sua taxa de administração é de 0,5% ao ano. A cota, que tem como alvo de desempenho o índice S&P kensho Moonshots Index, perdeu 20% do valor em 12 meses até julho.
Carteira
O SHOT11 é formado por ações de Nikola, Upstart, Coibase, EHang, Nano Dimension, Robinhood, Ginkgo, Unity Software, Workhouse, Dropbox, Roivant Sciences, Verve Therapeutics, SentinelOne, Lucid Group, Innoviz Technologies, BigCommerce, Squarespace, C3.ai, Bilibili, Fastly, Snap, Ballard Power System, Bluebird Bio, Luminar, Butterfly Network, Ambarella, Okta, Asana, 4D Molecular Therapeutics, Eos Energy, Intellia Therapeuticis, Vimeo, Fisker, indie Semiconductor, Virgin Galactic, CRISPR Therapeutics, Allogen Therapeutics, Editas Medicine, 23andMe, Avidity Biosciences, Aurora Innovation, TuSimple Holdings, Xperi, Hyliion, Planet Labs , Vuzix, ATAI Life, Microvision, 908 Devices e Aeva.
DNAI11
Este ETF inclui ações de 50 empresas que tendem a se beneficiar do desenvolvimento de produtos e serviços relacionados a sequenciamento genético na área da saúde e da agricultura.
Ele se compara ao desempenho do índice MSCI USA IMI Genomic Innovation Select 50 e sua taxa de administração de 0,50% ao ano. O ETF teve desvalorização de 15% nos últimos 12 meses.
Carteira
A carteira inclui ações de IQVIA, Thermo Fisher Scientific, Abbott, Vertex Pharmaceuticals, Alnylam Pharmaceuticals, Agilent, Gilead, Bio-Techne, Moderna, Illumina, Bristol-Myers Squibb, Hologic, Exact Sciences, Catalent, PerkinElmer, Medpace, Quest Diagnostics, 10x Genomics, Natera, Teladoc Health, Sarepta Therapeutics, Bio-Rad Laboratories, Quidelortho, Crispr Therapeutics, ImmunoGen, Bruker Corporation, Guardant Health, Intellia Therapeutics, Repligen, Charles River Laboratories, Pacific Biosciences, Ultragenyx Pharmaceutical, Exelixis, Azenta, Ionis Pharmaceuticals, Beam Therapeutics, Arrowhead Pharmaceuticals, Blueprint Medicines, Integra Lifesciences, Veracyte, Mirati Therapeutics, TG Therapeutics, Viking Therapeutics, Cerevel Therapeutics, BioCryst Pharmaceuticals, Vir Biotechnology.
HTEK11
A cota engloba ações de empresas focadas em inovação e bioinformática. A taxa administração também é de 0,5% ao ano.
O título, que perdeu 7% nos últimos 12 meses, busca bater a performance do índice Morningstar US Exponential Technologies Healthcare.
Carteira
Sua carteira tem papéis de Exact Sciences, Seagen, Cooper Companies, Eli Lilly, Intuitive Surgical, Edwards Lifesciences, Vertex Pharmaceutical, CRISPR Therapeutics, Intellia Therapeutical, Bio-Techne, Ionis Pharmaceutical, Thermo Fisher, Johnson & Johnson, Regeneron Pharmaceutal, Merck, Danaher, Revvity, Illumina, Biogen, AbbVie, Gilead Sciences, Jazz Pharmaceuticals, Alnylam Pharmaceutical, Masimo, Waters Corp, Biomarin, Agilent, Amgen, Guardant Health, Bristol-Myers Squibb, Incyte Corp e Moderna.
YDRO11
Empresa focadas no uso do hidrôgenio como fonte de energia são o tema deste ETF, que cobra taxa de administração de 0,5% e teve baixa de 5% no último ano.
Carteira
Sua referência de desempenho é o índice S&P Kensho Hydrogen Economy Index. Nikola, Plug Power, Chart Industries, Worthington Industries, The Chemours Company, Cummins, TechnipFMC, Bloom Energy, Westlake Corporation, Air Products & Chemicals, Ballard Power, Linde, Olin Corp, Shell, Fuelcell Energy, Hyster-Yale Material e Luxfer compõem o YDRO11.
REVE11
O título dá acesso a 50 empresas cujo objetivo é a transição para a chamada economia verde.
O índice Russell 1000 Green Revenues 50 é a referência do ETF, que perdeu 2% nos últimos 12 meses e tem taxa administrativa de 0,5%.
Carteira
A carteira do REVE11 tem Tesla, IBM, Tanaher, Union Pacific, Waste Management, Equinix, Eaton, CSX Corp, Republic Services, American Water Works, Weyerhaeuser, Enphase Energy, First Solar, Norfolk Southern, Hewlett Packard, Johnson Controls, Steel Dynamics, Wabtec, Entegris, Xylem, Ball Corp, Darling Ingredients, Wolfspeed, Universal Display, Clean Harbors, Vornado Realty, Nutanix, Plug Power, Boston Properties, Masco, Essential Utilities, Trex Company, TopBuild, Owens Corning, Carlisle, Louisiana-Pacific, Lucid Group, Tetra Tech, Rayonier, Fortune Brands, Armstrong World, Pentair, Ashland, Hexcel, Acuity Brands, Sunrun, Stericycle, Sonoco Products e Clearway Energy.
Lembre-se de que, para investir em ETF é necessário ter uma conta numa corretora de valores.
Leia a seguir