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Petrobras: ações seguirão voláteis até nova gestão definir planos, avalia Safra
O Banco Safra retomou a cobertura dos papéis da Petrobras com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 34 por ação e US$ 13 por recibo de ação (ADR, na sigla em inglês). Os valores representam alta potencial de 28% em relação às cotações atuais. A avaliação é que os próximos meses devem ser de “grande incerteza” quanto aos planos da nova gestão.
“Embora uma taxa de pagamento mais baixa e um maior nível de investimento pareçam muito prováveis, a abordagem para o preço do combustível doméstico ainda é incerta. Dessa forma, esperamos que a volatilidade do preço das ações continue até termos uma visão mais clara das novas diretrizes de administração da empresa”, dizem os analistas Vinícius Andrade e Conrado Vegner.
Eles justificam a retomada da cobertura neste momento, ao afirmar que os últimos cinco meses foram um período agitado para a empresa. Quanto à recomendação neutra, os analistas explicam que, agora negociadas a 2 vezes o valor da empresa pelo Ebitda esperado para 2023, as ações da Petrobras estão com um desconto de 46% em relação à média de cinco anos e mais de 50% abaixo de outras empresas de petróleo.
“Mesmo considerando a incerteza quanto aos resultados futuros e uso do fluxo de caixa, boa parte disso parece já estar refletido no preço atual das ações. Por outro lado, entendemos que é necessária mais clareza sobre os planos futuros e ações da nova gestão antes de assumir uma postura mais positiva sobre a empresa”, afirmam os analistas.
O Safra diz que a maior questão para a Petrobras atualmente é o uso futuro do fluxo de caixa da empresa. O banco acredita ser muito provável um aumento no nível de investimento, bem como maiores gastos com projetos de energia renovável e aumento na capacidade de refino. Além disso, estimam que novas vendas de refinarias devem ser suspensas, o que contribuiria para deixar menos caixa disponível para pagamentos de dividendos.
Quanto à política de preços domésticos de combustíveis, o banco afirma que as notícias não têm sido muito precisas, o que pode indicar que nenhuma linha de ação específica foi definida por enquanto. “Entendemos que não é tarefa simples ou barata ter preços domésticos abaixo dos internacionais e ações para alcançá-los podem levar a menores margens de refino para a Petrobras”, dizem os analistas.
Eles acreditam, no entanto, que atualmente é menos provável que a Petrobras seja direcionada a abastecer todo o mercado, importando produtos combustíveis e vendendo-os no mercado interno com prejuízo, considerando a supervisão mais próxima e maior escrutínio da Petrobras em comparação com os momentos anteriores, quando a empresa seguiu este caminho.
Para o Safra, o principal risco para a tese de investimento da Petrobras é o impacto que a interferência política pode ter nos resultados da empresa e, em última análise, na avaliação, considerando mudanças na política de preços de combustível, aumento de investimentos em projetos de menores dividendos. Outros riscos são os preços do petróleo, mudanças na tributação e riscos ambientais e de execução inerentes à exploração e produção de petróleo.
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