A Petrobras divulgará seu balanço financeiro do quarto trimestre de 2022 com resultados robustos, assim como nos períodos anteriores, de acordo com a mediana das projeções coletadas pela IF junto aos bancos e casas de análise, que se baseiam no último relatório de produção e no preço do petróleo no mercado internacional.
A dúvida que ainda resta a respeito do relatório a ser divulgado nesta quarta-feira (1º), após o fechamento da bolsa, é sobre o pagamento de dividendos, visto que há uma nova presidência, indicada por um novo governo, que pensa as empresas estatais como indutoras da economia e com função social.
Diante disso, o investidor quer mais é saber sobre a nova política de dividendos, mudanças na governança corporativa, alocação de capital e o novo modelo de precificação dos combustíveis.
O presidente da companhia, Jean Paul Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, se reuniu com o presidente Lula nesta sexta-feira (24). Em entrevistas, a nova direção já apontou que eventuais mudanças não serão bruscas.
Para consolidar este material, a IF consultou relatórios do Itaú BBA, Banco Santander Brasil, XP Investimentos, Credit Suisse e BTG Pactual.
O que esperam os analistas?
Itaú BBA
Para o braço de investimentos do Itaú, a queda dos preços de petróleo juntamente com o volume em linha com o do trimestre anterior deve levar à contração de receita em relação ao terceiro trimestre, que deve se traduzir em uma queda do Ebitda na mesma comparação.
O BBA estima uma receita líquida de R$ 161 bilhões, um Ebitda ajustado de R$ 80,66 bilhões e um lucro líquido de R$ 40,2 bilhões.
BTG Pactual
Os analistas do BTG acreditam que haverá uma retração do Ebitda (resultado operacional) do segmento de exploração e produção de petróleo, isso dado os preços mais baixos da commodity no trimestre, que recuou 10% ante o 3º tri, isso somado a uma produção estável e custos de extração na base dos US$ 7,3 por barril.
A equipe do BTG considera que a atual política de dividendos da Petrobras será seguida no quarto trimestre, com pagamento de US$ 5,6 bilhões, rendendo 8% com base no atual valor de mercado.
XP Inc
A XP Investimentos espera que a estatal de petróleo tenha mais um trimestre forte, apesar da queda nos preços médios do petróleo, para a casa dos US$ 89 por barril, que foi parcialmente compensada pelo dólar mais alto na comparação com o real.
Eles projetaram um Ebitda ajustado de US$ 16,4 bilhões, uma queda de 6% na comparação trimestral.
A casa também espera pelo pagamento de dividendos de US$ 4,5 bilhões.
“Nosso cenário base é que os dividendos relativos ao 4T22 serão calculados com base na fórmula 60% (FCO – Capex), embora houvesse espaço para mais. A empresa deve encerrar o ano abaixo da meta de dívida bruta de US$ 60/65 bilhões”, diz o relatório.
Santander Brasil
O banco espanhol projetou três cenários para o pagamento de dividendos da estatal.
No positivo, a companhia paga dividendos acima de 25% do lucro líquido. No neutro, se mantém em 25% do resultado líquido, e no negativo, este apontado como improvável, dada a Lei das S.A., os dividendos seriam zerados ou abaixo de 25% do lucro.
Credit Suisse
O banco de investimentos Credit Suisse estima que a petrolífera vai distribuir US$ 5 bilhões aos acionistas como remuneração.
“O governo se beneficia significativamente da política de dividendos da Petrobras. Porém o mercado parece cético quanto à manutenção da atual política”, diz o relatório.
Os analistas reconhecem a possibilidade de que a distribuição de dividendos da Petrobras não seja aprovada, mas não acreditam nessa chance e se apoiam no resultado operacional, que demonstrou que a estatal vendeu mais volumes do que produziu no trimestre.