PIB do Brasil no 3º trimestre: consumo anima, mas queda do investimento preocupa economistas

Saiba os pontos animadores e os desafiadores para os rumos da economia do país

Foto: Rafael Henrique/Reuters
Foto: Rafael Henrique/Reuters

Para além do número cheio acima das expectativas, economistas observaram pontos animadores e preocupantes do PIB do Brasil no terceiro trimestre de 2023. O IBGE mostrou mais cedo uma expansão de 0,1% no período.

Confira a repercussão:

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Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter: “Apesar do aperto monetário em curso, a queda da inflação e a melhora no emprego e renda contribuíram para manter o consumo em alta”.

O consumo das famílias teve expansão de 1,1% na passagem do segundo para o terceiro trimestre.

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Paulo Gala, economista: “(A queda na taxa de investimento evidencia) os desafios na expansão do crédito e investimento no setor produtivo”, afirmou o economista Paulo Gala.

O investimento como componente do PIB é medido pela linha formação bruta de capital fixo (FBCF).

Essa linha, que teve queda de 2,5% na comparação com o segundo trimestre, é tida como um sinal de confiança do setor privado na economia em prazos mais longos.

Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual: “A composição do PIB reflete que os efeitos da expansão fiscal promovida nos últimos trimestres têm superado, até o presente momento, o nível contracionista da política monetária”.

O comentário do economista refere-se aos dados de crescimento do consumo e crescimento dos gastos públicos.

“A notícia não é positiva para as expectativas de inflação, que seguem desancoradas em 2024 e a partir de 2025 e, com a evolução recente dos preços de alimentos, podem dificultar o trabalho do Banco Central”, acrescentou Frasson.

David Beker  e Natacha Perez, economista do Bank of America para Brasil: “A expansão contínua, apesar da desaceleração da inflação, deverá impedir o Banco Central de alterar o ritmo do ciclo de flexibilização”.

A leitura é que o crescimento econômico mais recente baseado em consumo deve fazer o BC manter o passo de cortes de 0,5 ponto percentual da Selic.

Em outras palavras, isso diminui as chances de o órgão acelerar o movimento para 0,75 ponto a cada reunião, como parte do mercado apostava.

João Savignon, Head de Pesquisa de macroeconomia da Kínitro Capital: “Não observamos pelos dados atuais uma tendência de queda relevante ou persistente da economia nos próximos meses”.

“Mas alguns itens devem ser monitorados, como o PIB agro, dadas as incertezas climáticas”, acrescentou.

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