Melhores e piores da bolsa em abril: Coteminas (CTNM4) sobe 115% após parceria com a Shein; OSX (OSXB3) cai mais de 36% e é a pior do mês

Entre as ações que compõem o Ibovespa, destaque para o BTG; Assaí e Natura despencam

Planta da Coteminas, irmã da Springs e da Coteminas, que pertencem a Josué Gomes, presidente da Fiesp - Foto: divulgação
Planta da Coteminas, irmã da Springs e da Coteminas, que pertencem a Josué Gomes, presidente da Fiesp - Foto: divulgação

As ações preferenciais da Coteminas (CTNM4) foram as que mais valorizaram na bolsa em abril, com alta de 115% no período. A empresa é uma das beneficiárias de um acordo com o site de vendas asiático Shein, que tem o objetivo de nacionalizar 85% da sua produção até 2027.

A empresa é do empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, que recusou no final do ano passado o cargo de ministro da Indústria, Serviços e Comércio Exterior, oferecido por Lula. O industrial também detém as marcas Springs e Santanense, que fecharam, assim como a marca irmã, parceria com a Shein.

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Depois do anúncio da parceria, problemas de gestão e financeiros da Coteminas ganharam repercussão e reduziram os ganhos das empresas na bolsa. Ela e a Santanense enfrentam manifestações em suas fábricas, após atrasos em pagamentos de benefícios e do FGTS, e produção em ritmo lento, após fraco desempenho em 2022, segundo matéria do Valor.

A Springs anunciou, em comunicado ao mercado, assinatura de termo de entendimento com a Shein “para o estabelecimento de parceria, envolvendo: (i) o esforço conjunto para que 2.000 de seus clientes confeccionistas passem a ser fornecedores da SHEIN para atendimento do mercado doméstico e da América Latina”.

Perdas

A empresa que mais perdeu na bolsa em abril foi a OSX (OSXB3), do grupo EBX, que atua nas áreas de construção naval e operação de navios. A empresa enfrentou quedas sucessivas na bolsa depois de anunciar seus resultados trimestrais referentes ao último quarto de 2022.

No dia 29 de março, a OSX divulgou seu balanço com números que registravam reversão do lucro anotado no mesmo período do ano anterior e prejuízo de 288,4 milhões ao longo de todo o ano passado. No dia seguinte, a empresa chegou a registrar uma discreta valorização, fechando em R$ 7,21. No fechamento desta sexta, último dia útil de abril, as ações registraram cotação na casa dos R$ 4,50.

Melhores ações* da bolsa

  • Coteminas (CTNM4) +115%
  • Multilaser (MLAS3) +35,04%
  • Aeris (AERI) +27,12%
  • Neogrid (NGRD3) +20.91%
  • Cemig (CMIG3) +18,17%

Piores*

  • OSX (OSXB3) -36,43%
  • CBA (CBAV3) -30,47%
  • Infracommerce (IFCM3) -30,23%
  • Fer Heringer (FHER3) -24,69%
  • TSLA34: -23,66%

*A lista de melhores e piores da bolsa contempla empresas que negociam ações na B3 , dentro ou fora do Ibovespa e outros índices, e que no dia tiveram volume de negociação na casa dos milhões de reais, ou acima disso.

Ibovespa: BTG se destaca; Assaí e Natura despencam

Entre as ações que compõem o Ibovespa, as do banco BTG Pactual lideraram os ganhos no mês de abril. Os papéis tiveram alta de quase 18% no período, com as ações cotadas acima de R$ 23,40.

Os ganhos ocorreram principalmente entre o começo do mês e o dia 12. A CVM pediu, no dia 11 de abril, explicações relacionadas às “oscilações registradas com os valores mobiliários de emissão dessa empresa, o número de negócios e a quantidade negociada”, segundo comunicado da comissão.

Em resposta, o BTG disse que acredita que as oscilações “poderiam ser reflexo de um cenário macroeconômico mais positivo”, diz a empresa. Segundo o banco, a melhor no cenário “contribuiu para a alta aquisição de ações ligadas ao consumo e ao setor financeiro, além da maior alta de operações diária da Ibovespa desde o último mês de outubro”, avalia.

Tim anima investidores com dividendos e JCP

Já as ações da Tim dispararam desde o dia 3 de abril, quando os papéis valiam pouco mais de R$12,30. No dia 19 de abril, a empresa comunicou ao mercado que seu conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 230 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP).

“O valor bruto por ação poderá ser modificado em razão da variação na quantidade de ações em tesouraria para atendimento ao Plano de Incentivo de Longo Prazo da Companhia. Nesse caso, a Companhia fará um novo Aviso aos Acionistas informando o valor final por ação”, disse a Tim no comunicado.

Antes disso, as ações já haviam disparado por conta do anúncio do pagamento de dividendos no dia 10 de abril. Depois, a empresa ainda anunciou que faria o pagamento de dividendos complementares no dia 18, o que deu novo fôlego para os papéis.

Assaí recua em estratégia de expansão

Entre as maiores derrotadas do Ibovespa no mês, destaque para o Assaí. No mês, a empresa caiu de quase R$ 14,80 para a casa dos R$ 12,10 no final do período analisado. Os papéis passaram a se desvalorizar de maneira acentuada após o anúncio de corte em investimentos e vendas de lojas.

O comando da rede de atacarejo Assaí disse, no dia 4 de abril, em teleconferência relativa a proposta da administração para 2023, que está revisando investimentos e pode reduzir montante ou vender ativos, como lojas próprias, por conta do aumento do custo do capital com a escalada dos juros básicos (Selic ).

Belmiro Gomes, presidente da empresa, disse que há 22 obras de lojas em andamento neste momento, com conversões de unidades de Extra em Assaí, e isso está mantido, “por enquanto”.

“Se formos a uma Selic de 16%, 17% ao ano, aí a empresa vai cortar investimentos, mas hoje a questão ainda está em estudo e pode ter ou não mudanças nos planos de 2023 e 2024”, afirmou o executivo.

Natura vende ativo mais valioso

Outra que decepcionou na bolsa no mês foi a Natura. A empresa sofreu forte desvalorização na B3 após anunciar a venda da Aesop para a L’Oreal por US$ 2,45 bilhões.

Os analistas indicaram que a Natura precisa vender ativos para controlar seu endividamento, porém, a escolha pela Aesop significou abrir mão de um dos melhores ativos do grupo, o que pode impactar os resultados no longo prazo.  

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