Como a Petrobras precifica os combustíveis? Especialista explica como é e o que pode mudar

Companhia segue paridade internacional, mas governo estuda novos cálculos

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O investidor brasileiro tem, historicamente, uma forte atração por papéis da companhia nacional de petróleo brasileira, a Petrobras. A maior estatal do país está listada no Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, com as ações ON (PETR3) e PN (PETR4).

Diante de sinais de possíveis mudanças sob a gestão de Jean Paul Prates, presidente da estatal indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mercado se prepara para os impactos negativos nas ações da companhia.

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Aliás, uma das alterações que o governo quer implementar diz respeito à política de preço da Petrobras atual, o PPI (Preço de Paridade de Importação).

Mas, afinal, por que ela é tão importante para operações da Petrobras? Gabriel Roisenberg, VP da Rystad Energy, respondeu à Inteligência Financeira.

O que é a política de preço da Petrobras (PETR3, PETR4)?

Para precificar os combustíveis, a Petrobras segue a política de paridade de importação, ou internacional, o PPI.

De acordo com Roisenberg, isso basicamente significa que a empresa define os preços praticados no Brasil seguindo a cotação da gasolina e do diesel no mercado internacional.

Assim, em cima desse preço é somado o custo de transporte e tributos pagos aos estados brasileiros, sendo que cada unidade federativa tem sua própria alíquota, e ao governo federal.

Por fim, o custo de revenda e redistribuição pelos fornecedores incide sobre o preço na bomba.

Lula quer ‘abrasileirar’ política de preço da Petrobras

O governo Lula já manifestou interesse em alterar a política de preço da Petrobras com o objetivo de baratear os combustíveis nos postos de gasolina.

Prates disse que o PPI deve deixar de ser o único parâmetro para capturar clientes e capturar mais mercado.

A nova fórmula para calcular os preços da Petrobras ainda é desconhecida pelo mercado, explica Roisenberg.

O vice-presidente da Rystad lembra que o governo sinalizou que poderia diminuir a exposição da política de preço ao mercado internacional, transformando parte dos custos que influenciam no preço dos combustíveis em real.

Atualmente, a Petrobras tem a maior parte do custo operacional atrelado ao dólar.

Mudança pode fazer Petrobras perder valuation?

É necessário que a alteração na política de preço da Petrobras saia do papel para avaliar o impacto no valor de mercado da companhia, o valuation, diz Roisenberg.

Hoje, a capitalização de mercado da estatal é de cerca de R$ 325 bilhões.

“A Petrobras é uma empresa sólida, de fundamentos e projetos sólidos. A demanda por petróleo é forte e as projeções levam a crer que ela continuará forte”, diz Roisenberg. Para ele, as ações da Petrobras não devem sofrer impacto negativo, porque a companhia continuará com alta lucratividade em projetos.

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