Alckmin assume ministério defendendo reindustrialização e reforma tributária

Vice-presidente empossado ministro, Alckmin diz que parceria com setor privado é 'fundamental'

Alckmin é vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio de Lula (Foto: Reprodução/Twitter/@ricardostuckert)
Alckmin é vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio de Lula (Foto: Reprodução/Twitter/@ricardostuckert)

Em seu discurso durante a cerimônia de posse como ministro, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ressaltou que seu Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) terá foco em uma política de reindustrialização e de aumento da participação do Brasil na balança comercial. Para tanto, o ex-governador de São Paulo pretende aumentar a participação da indústria de transformação no PIB (Produto Interno Bruto).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja Silva compareceram à cerimônia de posse de Alckmin. O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente José Sarney, o futuro presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, também compareceram. Colegas da Esplanada no novo governo, como Flávio Dino, Simone Tebet e Rui Costa atenderam ao evento.

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Reindustrialização ‘verde’

Ao lado da segunda-dama, Geraldo Alckmin detalhou os planos de sua gestão à frente do MDIC. Para o ministro, a missão de reindustrializar o Brasil passa pelo fortalecimento do setor agroindustrial. Alckmin destacou que o Brasil deve melhorar sua imagem internacional como potência agrícola e ambiental. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização da economia global”, disse o vice, apontando que o novo MDIC “contará com uma secretaria de economia verde, descarbonização e bio-indústria”.

“É urgente a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil, que reclama uma clara política de competitividade industrial contemporânea”, prosseguiu. “Ela joga contra o presente e compromete o futuro do Brasil.”

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Ao mesmo tempo, Alckmin citou parcerias com os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Relações Exteriores para contar com o desenvolvimento da indústria. Ele defendeu o papel do BNDES para “alavancar o desenvolvimento social, dinamizar a atividade da indústria e das exportações”. Em seguida, defendeu também a reforma tributária para criar as condições favoráveis à economia industrial.

Diálogo com o setor privado é ‘fundamental’, diz Alckmin

O diálogo com todo o setor privado, sublinhou Alckmin, será fundamental. “Não chegaremos a resultado algum se atuarmos desalinhados com o setor produtivo. O empresariado brasileiro é qualificado, resiliente e atento às transformações mundiais. Será da conciliação entre o Estado e o setor privado que resultará a ampliação do Brasil ao mundo”, disse o vice-presidente.

Comentando o cenário internacional, o vice-presidente disse que “disputas geopolíticas podem servir de oportunidade para o Brasil atrair investimentos produtivos”, ressaltando que o Brasil uma missão dada a ele por Lula é de que o país “resgate o papel que merece ocupar no comércio exterior”.

Alckmin disse que a missão da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), para a qual nomeou o ex-senador Jorge Viana (PT), será o “reposicionamento da imagem do Brasil no mundo. O desafio para ampliar a participação do Brasil nas trocas globais passa por dar mais dinamismo às exportações da indústria”.

Nos últimos anos, avaliou o ministro, o Brasil perdeu complexidade econômica. “Isso se reflete na primarização das exportações brasileiras. O Brasil é um grande competidor no comércio de bens agrícolas, e isso é importante. Já para as manufaturas, a participação do Brasil é de apenas 0,5%, sendo apenas o 22º exportador mundial”, lembrou.

O vice-presidente afirmou que o comércio exterior de bens manufaturados tem sete vezes o valor das exportações agrícolas. Ele fixou a meta de aumentar a participação do Brasil no comércio exterior de manufaturados em 1,3%.

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