Análise: Lula prepara ato com governadores aliados; QG de Bolsonaro quer radicalizar contra pesquisas

Campanhas se organizam para a largada de eventual segundo turno; objetivo é manter engajamento e mostrar força política, diz Fábio Zambeli, do JOTA

Bolsonaro e Lula. Foto: Marcos Serra Lima/ g1
Bolsonaro e Lula. Foto: Marcos Serra Lima/ g1

Independentemente do resultado das urnas no domingo, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já prepara um evento com senadores eleitos e governadores que avançarem ao segundo turno no início da próxima semana, em São Paulo. Também são aguardados presidentes dos partidos aliados e parlamentares que obtiverem votações expressivas da aliança que inclui PT, Rede, Psol, PSB, Solidariedade, Avante, PROS e PCdoB em todo o país.

Caso o petista seja eleito no primeiro turno, o evento serviria para organizar a pauta eleitoral do bloco político nos estados e estabelecer diretrizes para um futuro pacto federativo.

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Em caso de confirmação de uma segunda fase do pleito nacional, tendência com maior probabilidade até agora, a ideia é demonstrar a manutenção de uma mobilização com respaldo das forças vitoriosas em suas respectivas regiões em favor do ex-presidente.

O PT quer evitar que uma possível frustração com o resultado das urnas possa contaminar o engajamento de lideranças e apoiadores. Isso porque desde 5 de setembro, quando o candidato que está à frente nas pesquisas deflagrou a caça ao voto útil, a expectativa de expansão dos apoios a Lula vem aumentando a cada semana.

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Lulistas também demonstram interesse em sinalizar rapidamente a abertura das negociações para atrair eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) e suas respectivas siglas.

Interlocutores do ex-presidente acreditam que MDB, PSDB, Cidadania e PDT poderiam se alinhar com Lula em um possível segundo turno, mesmo que seja imposta uma pauta mínima em contrapartida — o que o ex-presidente estaria disposto a fazer de imediato.

“Não olhe para cima”

Na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), o núcleo político ainda não montou uma estratégia para abrir eventual segundo turno. Uma frente que vem ganhando corpo no QG bolsonarista é a do questionamento, inclusive judicial, das pesquisas eleitorais.

O entendimento que prevalece entre os auxiliares do presidente é o de que a divulgação de dados que mostram Lula sempre à frente e com ampla margem em simulações feitas até agora prejudica o esforço de mobilização para uma segunda fase do pleito.

A depender da discrepância entre os dados que saírem das urnas e os números divulgados na véspera, essa corrente vai intensificar sua atuação de cobrança aos institutos.

A ideia era anteriormente majoritária somente nas alas mais ideológicas e radicais, mas hoje tem guarida de expoentes até do centrão, no Congresso e entre ministros.

Mesmo que seja improvável que prospere alguma tentativa de barrar a publicação de pesquisas, tema que já foi objeto de deliberação no Legislativo durante o atual exercício, a ideia é fazer um combate político e assertivo aos principais institutos para vender à base bolsonarista a tese de que o presidente está mais competitivo do que os dados colhidos nos levantamentos atestam.

(Por Fábio Zambeli, analista-chefe do JOTA em São Paulo)
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