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Lula: ‘Ninguém acredita num governo que diz que o PIB não vai crescer’
Veja como foi a cerimônia no Palácio do Planalto para marcar os 100 dias da nova gestão do petista
O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República completa 100 dias nesta segunda-feira (10). O período foi marcado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro e pela pressa do governo em retomar políticas públicas que marcaram as últimas gestões petistas diante da fraqueza da economia e de oscilações na aprovação popular do governo federal.
Em reunião ministerial para marcar a data, Lula afirmou que seu otimismo com o governo não é exagerado. Ele destacou que o comportamento é determinante para a sociedade também ter confiança.
Em sua fala, o petista brincou com o otimismo do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que, segundo ele, contagiou até mesmo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Queria dizer que meu otimismo não é exagerado. Não podemos acordar pessimistas nunca. Temos que acordar com a consciência que nossa posição de confiança é que vai fazer a sociedade ter confiança. Ninguém acredita num governo que diz todo dia que o PIB não vai crescer. Se for governar pesando nisso, é melhor desistir”, disse Lula.
“Até o Haddad está otimista com o ministro da Agricultura”, completou, arrancando risos da equipe ministerial.
Lula disse também, durante a cerimônia no Palácio do Planalto (veja acima como foi), que seu mandato vai ficar marcado por uma tentativa de golpe, realizada no dia 8 de janeiro. Na avaliação dele, o atentado foi orquestrado por “um grupo de reacionários e fascistas que não queriam deixar o poder”.
“Não tenho hábito de falar de 100 dias de governo, mas é importante lembrar que, da outra vez, recebi o governo de um presidente democrata. Vivemos um momento histórico. Houve uma tentativa de golpe no 8 de janeiro. Planalto, STF e Congresso se reuniram para defender a democracia”, explicou.
“Vai marcar o nosso mandato. Sofremos uma tentativa de golpe por um grupo de reacionários e fascistas que não queriam deixar o poder”, complementou no discurso no Palácio do Planalto.
Em seguida, o presidente acusou a gestão de Jair Bolsonaro de ter utilizado o orçamento púbico para se perpetuar no poder.
“Foram utilizados bilhões e bilhões do Orçamento na tentativa de ganhar as eleições. Eu devo ao povo brasileiro a volta da democracia. Quem lutou pelas Diretas sabe o quanto foi difícil essa conquista. Sabemos o que foi 2018 a 2022 e o que o país passou e as ofensas que a democracia, as mulheres, os negros, a Suprema Corte sofreram”, acrescentou.
Nesta segunda-feira, o governo ainda apresentou uma lista com 250 realizações do primeiro trimestre, divididas em 12 grandes temas. Na área social, a gestão foi marcada por relançamento de programas implementados nos governos petistas anteriores a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Mais Médicos.
O novo Bolsa Família foi relançado com o valor mínimo de R$ 600 e um adicional de R$ 150 para cada criança de 0 a 6 anos. A partir de junho, o governo promete um adicional de R$ 50 para cada dependente entre 7 e 18 anos e também para gestantes.
O Minha Casa, Minha Vida restabeleceu a Faixa 1, destinada a pessoas em situação de vulnerabilidade. Até o momento, o governo entregou 5.693 moradias em 14 municípios de 8 Estados que estavam praticamente concluídas. O governo prometeu contratar 2 milhões de moradias até o fim de 2026.
No campo econômico, o principal esforço do governo foi para consolidar o texto do novo marco fiscal, que irá substituir o teto de gastos implementado durante o governo Michel Temer.
A expectativa é de que a proposta, já tornada pública, seja encaminhada ao Congresso ainda nesta semana. Em outra frente, o governo corre para aprontar a reforma tributária, que pretende simplificar a arrecadação de impostos.
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