Bolsonaro descarta candidatura de Michele, Flávio e Eduardo ao Planalto em 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na sexta-feira (21), em entrevista à revista “Oeste”, que não pretende fugir do país para evitar a prisão, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Bolsonaro colocou-se como pré-candidato à Presidência em 2026, apesar de estar inelegível.
Adcionalmente, ele descartou o eventual lançamento de sua esposa Michelle ou de seus filhos Eduardo ou Flávio para substitui-lo.
O ex-presidente criticou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o STF, e disse não ter “culpa de nada”.
“Paulo Gonet conseguiu tornar a história mais fantasiosa ainda do que a Polícia Federal”, disse.
Bolsonaro enfrenta denúncia de cinco crimes
Na terça-feira, o PGR apresentou a denúncia contra Bolsonaro, acusando-o de ter cometido cinco crimes: organização criminosa; golpe de Estado; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; dano contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Sobre o Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro acusou o ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação contra o ex-presidente, de praticar “pesca probatória”, para supostamente acusá-lo indevidamente.
Bolsonaro afirmou também que a Corte atua de forma política.
Mais do que isso, cobrou que seu caso seja julgado pelo plenário do STF e não pela Primeira Turma.
O ex-presidente disse ainda que seu caso deveria ser julgado em primeira instância, não pelo STF.
Bolsonaro tentou associar as acusações contra ele a uma suposta tentativa da esquerda de “tirar a direita da disputa eleitoral” de 2026.
Questionado se pretende continuar no Brasil mesmo diante da possibilidade de prisão, Bolsonaro disse entender “que é melhor ficar”.
“Não tem a mínima prova contra a minha pessoa. Por que eu teria que sair? O sistema me quer morto, não me quer preso. Ninguém quer ser preso”, afirmou.
Michele, Eduardo e Flávio fora da corrida presidencial
Questionado sobre quem pretende apoiar se não puder disputar a eleição de 2026, Bolsonaro ressaltou sua pré-candidatura e disse que em pesquisas recentes seu nome era o único de seu campo político que poderia derrotar o presidente Lula.
Em seguida, descartou uma eventual candidatura de seus familiares e disse que Michelle Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) e o senador Flávio Bolsonaro (RJ) disputarão uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.
Bolsonaro sinalizou que não pretende “aceitar a inelegibilidade passivamente porque um burocrata resolveu me tirar fora”.
Ao citar apoios recebidos, mencionou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse ter recebido manifestações há algumas semanas do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Ele também citou, por algumas vezes, o nome do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Apesar de serem desafetos políticos, Bolsonaro e Kassab se reuniram há alguns dias para discutir o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro.
“Kassab disse que nada interfere na vontade dele junto a seu partido [PSD] pela anistia”, disse.
O ex-presidente afirmou ainda atua em algumas frentes para tentar se defender: a estratégia jurídica no STF, a articulação no Legislativo para aprovar o projeto de anistia; conversar com o governo americano, de Donald Trump e a mobilização popular nas ruas.
No dia 16 de março, apoiadores de Bolsonaro farão um ato em defesa do ex-presidente.
Na entrevista, Bolsonaro pediu a seus aliados para defenderem a anistia e para atacarem o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse ato, Bolsonaro disse que devem discursar Michelle, o pastor Silas Malafaia, seu filho Flávio Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
*Com informações do Valor Econômico
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