Bolsonaro se desculpa com venezuelanas após vídeos de Janja
Ao lado da primeira dama, Michelle Bolsonaro, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo nesta terça-feira (18) pedindo desculpas às garotas venezuelanas pela fala de “pintou o clima”, feita em entrevista a um podcast na sexta-feira e que viralizou durante o final de semana. Bolsonaro pediu perdão no caso de suas palavras, feitas em decorrência de uma visita em São Sebastião (DF), terem sido “mal entendidas”.
O chefe do Executivo enfrentou uma crise dentro de sua campanha no final de semana, e chegou a dizer que as 24 horas em que o vídeo circulou nas redes foram “as piores de sua vida”.
O pedido de desculpas de Bolsonaro ocorre em meio à circulação de um segundo vídeo, espalhado pela esposa de Lula, Rosângela Silva, a Janja, de um trecho em que Bolsonaro diz que as garotas venezuelanas estavam se arrumando na ocasião “para fazer programa”.
“Se as minhas palavras, que por má fé foram tiradas de contexto, de alguma forma foram mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas, já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”, disse o presidente no vídeo. Além da primeira dama, quem aparece ao lado de Bolsonaro na gravação é Maria Teresa Belandria, representante de Juan Guaidó, presidente autoproclamado da Venezuela e líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro.
Bolsonaro, contudo, acusou “militantes da esquerda” de pressionarem as meninas venezuelanas em busca de vantagem política. Por outro lado, a senadora eleita Damares Alves, Michele Bolsonaro e integrantes de sua campanha se encontraram com as jovens citadas pelo presidente.
A frase chegou a ser o assunto mais comentado no Twitter durante o final de semana após Bolsonaro comentar, em entrevista a um podcast esportivo, que entrou na casa de jovens venezuelanas após “pintar um clima”. Bolsonaro também insinuou que as garotas estariam se arrumando para se prostituírem. As jovens, no entanto, confirmaram que estavam recebendo uma ação social no momento da visita do presidente.
Nesta terça-feira, Janja publicou um segundo vídeo em que o presidente diz expressamente que as venezuelanas estavam se arrumando para “fazer programa”.
Críticos ao presidente o acusaram de pedofilia e de prevaricar diante do crime de submeter crianças e adolescentes à exploração sexual, como previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O TSE proibiu a campanha de Lula de usar a fala do presidente na propaganda eleitoral.
Em seu pedido de desculpas, Bolsonaro disse que suas palavras “refletiram uma preocupação” dele para evitar a exploração sexual das jovens. “A dúvida e a preocupação levantadas foram quase que imediatamente esclarecidas à época pela nossa ministra da Mulher, Damares Alves, e constatou que as mulheres citadas na live eram trabalhadoras”, disse o presidente.
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