O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), disse, em entrevista ao SBT, na noite desta sexta-feira (21), que não pretende entrar com ação contra o ministro presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, nem aumentar o número de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), caso seja reeleito.
Taxação de dividendos
Bolsonaro afirmou também que usará recursos de dividendos de quem ganha mais de R$ 400 mil por mês para custear o orçamento federal.
Bolsonaro afirmou que essa taxação de lucros e dividendos de quem ganha mais de R$ 400 mil por mês será suficiente para manter, por exemplo, o Auxílio Brasil de R$ 600 por mês.
Paulo Guedes fica
O presidente confirmou ainda a permanência de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia em um eventual segundo mandato seu, “assim como todos os ministros que permanecerão, a não ser que queiram sair por um motivo qualquer”.
Ele ressalvou que mesmo na Economia a palavra final nas questões mais estratégicas era dele, e não do ministro. “Ele enfrentou uma pandemia, uma guerra lá fora, uma crise ideológica muito grande. O mundo todo sofreu com inflação e aumento de preços e no Brasil não foi diferente”, avaliou o presidente. “Nós arrumamos a economia e o Brasil está pronto para voar”, disse.
Fim da reeleição
O presidente disse também que está disposto a apoiar uma emenda que acabe com a reeleição para um mandato único de cinco anos, caso o Congresso concorde. No entanto, ele ressaltou que receia que esse tipo de medida, assim como a eventual discussão para diminuir o número de deputados de 513 para 350, pode prejudicar o encaminhamento e aprovação de projetos de interesse do governo.
“Pretendo entregar o governo, caso seja reeleito, para alguém de perfil igual ao meu [de direita]”, disse.
Desmatamento na Amazônia
Sobre meio ambiente, Bolsonaro defendeu a regularização fundiária como medida para fiscalizar desmatamento e queimadas na Amazônia legal.
“Existe desmatamento ilegal, focos de queimadas, mas entendo que podemos diminuir responsabilizando individualmente o causador disso”, afirmou.
Reaproximação com Moro
Bolsonaro (PL) disse que não existe nenhum convite para o ex-ministro Sérgio Moro, eleito senador pelo União Brasil do Paraná, voltar ao governo, em caso de reeleição. Bolsonaro afirmou que a reaproximação entre os dois se deu após um contato de Moro, com vista a “uma coisa maior e para o bem do país”.
“Qualquer rusga do passado, vamos deixar para trás. O Moro mostrou como estava a corrupção no Brasil. Nos reaproximamos e estamos nos dando muito bem”, disse.
Na entrevista, Bolsonaro admitiu a possibilidade de criar mais três ministérios: Indústria e Comércio, Pesca e Esporte. “Seriam muito bem vindos”, disse.
Resultado das eleições
Bolsonaro voltou a afirmar que aceitará o resultado da eleição presidencial de 30 de outubro desde que condicionado à análise dos militares — um grupo de militares foi convidado a acompanhar as eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral.
“Os militares foram convidados na defesa nacional e, se nada for encontrado, você não tem por que duvidar”, disse o presente ao final de sabatina no SBT promovida por um pool de veículos de comunicação.
Bolsonaro, entretanto, voltou a levantar suspeitas sobre o processo eleitoral, afirmando ter maior popularidade do que seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente passa o final de semana em São Paulo e tem agendas de campanha no sábado e domingo.