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Bolsonaro no funeral da rainha: ato eleitoral, gasolina inglesa e exposição negativa
O presidente Jair Bolsonaro compareceu ao funeral da rainha Elizabeth II na manhã desta segunda-feira (19) junto com a primeira-dama, Michele Bolsonaro. Chefe do executivo e candidato à reeleição, Bolsonaro foi aconselhado por aliados a comparecer à cerimônia oficial de despedida da monarca inglesa. O núcleo do presidente esperava uma exposição positiva do presidente na mídia.
Mas a ideia acabou não dando certo, e a exposição acabou sendo amplamente negativa para ele. Bolsonaro foi criticado pela imprensa internacional e nacional por transformar a sacada da casa do embaixador brasileiro em Londres em um palanque político.
Em discurso feito no local, Bolsonaro reforçou que ganharia a eleição no primeiro turno, apesar de as pesquisas eleitorais apontarem vantagem de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cerca de 150 apoiadores acompanharam a fala no local.
Bolsonaro também foi criticado pela publicação de um vídeo em que compara o preço do combustível inglês com o brasileiro de forma contextualizada. A gravação foi feita em um posto de gasolina local e publicada um dia antes do funeral da rainha.
Ataque ao sistema eleitoral
Em postura de candidato à reeleição, Bolsonaro voltou a atacar o sistema eleitoral sem provas, a duas semanas das eleições, no domingo (18).
Em entrevista ao SBT, em Londres, Bolsonaro afirmou que acredita na sua vitória no primeiro turno e disse que, se perder, será por “algo anormal” na Justiça Eleitoral, em nova acusação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE”, disse em entrevista ao SBT, sem mencionar o que seria “algo anormal”.
Embora nunca tenha ocorrido um só caso comprovado de fraude nas urnas eletrônicas em mais de 20 anos de uso, Bolsonaro tem recorrentemente atacado o sistema eleitoral sem provas. O mandatário também mira no TSE.
As principais pesquisas eleitorais apontam Bolsonaro em segundo lugar nas intenções de voto para a Presidência da República, atrás do ex-presidente Lula (PT). A pesquisa FSB/BTG divulgada nesta segunda-feira mostra que Lula ampliou sua vantagem sobre o atual presidente. Bolsonaro ficou estacionado em 35% das intenções de voto, enquanto o petista obteve 44%. A diferença, que era de 6 pontos percentuais, aumentou para 9 p.p.
“Eu digo, se eu tiver menos de 60% dos votos, algo de anormal aconteceu no TSE, tendo em vista obviamente o data povo, que você mede pela quantidade de pessoas que não só vão nos meus eventos, bem como nos recepcionam ao longo do percurso até chegar ao local do evento”, afirmou Bolsonaro.
Na entrevista, Bolsonaro negou que tenha ido à Inglaterra fazer campanha e disse que foi ao país exercendo um papel institucional.
Bolsonaro em Nova York
Jair Bolsonaro viaja nesta tarde de Londres para Nova York e, antes, o presidente tem encontro com o ministro de Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly. Ele deve comparecer na cidade americana para fazer o discurso de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), papel que tradicionalmente é exercido pelo presidente do Brasil.
Aliados afirmam que Bolsonaro fará um discurso brando. Na fala, eles esperam a defesa da política ambiental da gestão atual, criticada no mundo inteiro. A campanha à reeleição também sugere que Bolsonaro destaque a relação de governo passados do Brasil com regimes não democráticos, como Cuba e Nicarágua – uma crítica velada ao PT.
A expectativa é que o presidente fique longe de polêmicas e dê recados que possam ser usados durante o horário eleitoral.
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