Bolsonaro sugere que Rússia vencerá guerra na Ucrânia
'Quem tem mais razão? Quem ganha a guerra? Quem tem mais canhão', disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan na segunda-feira (28)
O presidente Jair Bolsonaro sugeriu, na segunda-feira (28), que acredita na vitória da Rússia, no conflito com a Ucrânia, “dado o poderio militar” russo. Ele se mostrou preocupado com a nova resolução que será votada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta terça-feira (1º) ou quarta-feira (2).
“Quem tem mais razão? Quem ganha a guerra? Quem tem mais canhão”, disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan. “Sabemos que, infelizmente, tem gente morrendo. Espera-se que, o mais rapidamente, cessem as ações militares, e se chegue a um acordo.”
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Bolsonaro afirmou que a primeira resolução aprovada pelo Conselho de Segurança não teve condenação explícita à Rússia. “Ela é bastante amena”, disse o presidente. Ele acrescentou que sobre a nova resolução que será votada, ainda não sabe “qual vai ser a posição do Brasil”. Ele ressaltou que “nenhum país quer que as sanções impostas à Rússia atinjam a si próprio”.
Bolsonaro afirmou que, se houver sanções econômicas que afetem a importação de fertilizantes da Rússia, “o nosso agronegócio será seriamente afetado”.
Últimas em Política
Também reclamou da cobrança dirigida a ele por um posicionamento no conflito. “Querem que eu dê um soco na mesa, [dizer que] o Brasil está desse lado”, criticou.
O presidente argumentou que o mundo todo é “interdependente”, e disse não acreditar que essas sanções prosperem. Ele lembrou que a Ucrânia é grande produtora de trigo. “A guerra se agravando, vamos ter menos trigo no mundo”, e o pão vai ficar mais caro, observou.
Bolsonaro afirmou ainda que a “possibilidade de o Brasil resolver esse problema [da guerra] é muito pequena, a colaboração é pequena”. Ele relatou que muitos defendem que ele dialogue com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas ponderou que “no momento”, não tem o que falar com o mandatário ucraniano.
O presidente voltou a lembrar que a Rússia saiu em defesa do Brasil quando um grupo de países defendeu que poderia gerenciar a Amazônia. “Eu agradeci o Putin quando países lá da Otan queriam votar a autonomia da Amazônia, que [a floresta] não seria mais nossa, mas quem ficou do nosso lado foi o Putin, ele disse que a Amazônia é dos brasileiros”, disse Bolsonaro. “A gente vai construindo relacionamentos que pretende que sejam duradouros”, completou.