Bolsonaro sobre atos no velório da rainha: “Acha que eu vim aqui fazer política?”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou nesta segunda-feira (19) a residência do Embaixador em Londres, depois de participar das exéquias da rainha Elizabeth II e uma recepção organizada pelo Ministro do Exterior britânico, James Cleverly.
Bolsonaro foi questionado sobre como a viagem ao Reino Unido poderia influenciar em sua campanha de reeleição para Presidente da República. Irritado, o chefe do Executivo disse: “você acha que vim aqui fazer política? Eu não vou te responder”. Instantes depois, o presidente encerrou a coletiva com jornalistas em frente à residência do embaixador brasileiro em Londres.
Tensão no velório da Rainha Elizabeth II
A saída de Bolsonaro teve clima tenso. Cerca de 30 policiais britânicos foram chamados para garantir a segurança do mandatário. Apoiadores do presidente, que estavam reunidos na frente do prédio diplomático, xingaram um cidadão brasileiro, Helio da Cruz dos Santos, que se manifestava contra as políticas do governo. Santos abordou o pastor Silas Malafaia, que estava presente na comitiva de Bolsonaro, e o chamou de “bobalhão”.
Houve ainda um ataque com xingamentos a uma equipe de reportagem da BBC News Brasil. Uma jornalista e um repórter cinematográfico da emissora britânica foram agredidos verbalmente por um grupo de apoiadores do presidente.
Um dos bolsonaristas chegou a dizer que a BBC, uma emissora estatal do Reino Unido, não era “bem-vinda” em Londres. “Lixo, lixo. Vocês não é [sic] bem-vindo. Não sei o que vocês estão fazendo aqui. Vocês não é bem-vindo [sic] aqui.”
A confusão incluiu também um cidadão britânico, Chris Harvey, que estava passando pela área. Ele queria que a multidão respeitasse o luto pela rainha. A residência do embaixador é literalmente do outro lado da rua do Hyde Park, onde uma multidão se reuniu para ver o funeral em telão. Os bolsonaristas se irritaram e gritaram para Harvey ir embora do próprio país.
Enquanto atendia ao velório da rainha, Bolsonaro fez ataques ao sistema eleitoral e disse que, caso não ganhasse a eleição em primeiro turno, será por “algo anormal” por parte da Justiça Eleitoral. É mais uma afronta ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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