Brasileiros retidos na Faixa de Gaza conseguem chegar ao Egito depois de um mês
A chegada das 32 pessoas marca o fim de uma longa espera pela retirada dos brasileiros do enclave governado pelo grupo Hamas
Depois de mais de um mês de tentativas frustradas os 32 brasileiros e palestinos que estavam presos na Faixa de Gaza conseguiram chegar ao Egito neste domingo (12) confirmou o Itamaraty no X, antigo Twitter. Duas pessoas que constavam da lista original, de 34 nomes, decidiram permanecer em Gaza.
A chegada das 32 pessoas marca o fim de uma longa espera pela retirada dos brasileiros do enclave governado pelo grupo terrorista Hamas e sob uma operação militar conduzida por Israel após o atentado de de 7 de outubro. A previsão inicial é de que grupo durma no Egito e embarque ao Brasil somente nesta segunda-feira.
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Agora eles deverão pegar um ônibus por cinco horas para o Cairo, onde estava um avião VC-2, a versão do Embraer-190 operada pela Força Aérea para a Presidência, ou farão uma viagem mais curta para a base de Al Arish, onde a aeronave está autorizada a pousar. De um dos pontos, irão para Roma, Las Palmas, Recife e, Brasília.
Eles serão atendidos por equipe com médico, enfermeiro e psicólogo enviada pelo Brasil.
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Antes de chegar ao Cairo, o grupo fez um percurso de ônibus de aproximadamente 2 km, onde realizaram os procedimentos obrigatórios para entrada no país. Os brasileiros passaram pelo controle migratório palestino de Gaza, cumprindo os trâmites necessários para deixar a região.
A passagem havia sido fechada na sexta e só poderia ser reaberta para passagem de feridos. Enquanto as ambulâncias não passarem com os feridos, os estrangeiros não são autorizados a cruzar a fronteira, e há um limite de horário para que essa operação seja realizada.
O cidadão brasileiro Hasan Rabee, que está no grupo de brasileiros, registrou em sua conta no Instagram o momento em que os brasileiros chegaram à fronteira. “Bom dia, gente: a gente chegou na fronteira. Daqui a pouco vamos para o lado do Egito. Rezem por nós”, afirmou Hasan Rabee.
Ele estava na Faixa de Gaza para visitar a mãe quando ele e sua família ficaram presos após a reação de Israel ao ataque terrorista do Hamas em território israelense.
Os brasileiros foram incluídos na lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza por meio da passagem de Rafah na fronteira do Egito na sexta-feira (10) mas pouco depois da liberação, a fronteira foi fechada.
Ao longo da sexta, apenas cinco veículos cruzaram a fronteira. Atender primeiro os feridos é precondição dos egípcios autorizarem a abertura dos portões em Rafah.
O posto fronteiriço de Rafah foi o ponto de entrada, com a chegada do grupo ocorrendo às 8 horas da manhã, no horário local, equivalente às 3 horas da madrugada no horário de Brasília.
Além dos brasileiros, a lista de saída tem cidadãos de outros 14 países, com 554 pessoas. Essa foi a sétima leva de estrangeiros que deixaria o local.
Caminho de volta
Segundo Paulino Carvalho Neto, embaixador do Brasil no Egito, a previsão inicial é de que o grupo durma no Egito neste domingo (12) para descansar e se alimentar.
Caso a rota seja por Al Arish, eles farão uma escala na capital egípcia, Cairo, para reabastecer e seguir viagem. Outra possibilidade é irem de ônibus direto ao Cairo, dormirem lá e, na segunda, saírem de avião. Partindo do aeroporto do Cairo, a viagem deve durar de 12 e 14 horas.
O avião presidencial está no Aeroporto do Cairo à espera do grupo que será repatriado e também com autorização para decolar até o aeroporto de El Arish. Uma médica oficial da Aeronáutica também irá acompanhar as famílias no voo com destino ao Brasil.
Chegada e vida no Brasil
O grupo é formado por pessoas que estavam no sul da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younis e Rafah. Quando chegarem ao Brasil, elas devem permanecer por duas noites em Brasília, em um alojamento da FAB se recuperando e descansando.
Uma força-tarefa será mobilizada no aeroporto, onde haverá estrutura de acolhimento com representantes da Polícia Federal e Receita Federal destacados para auxiliar no desembaraço de documentação, caso haja necessidade.
Haverá ainda a presença de médicos, psicólogos e um posto de imunização para fazer o atendimento imediato.
Segundo o Itamaraty, nem todos têm casa no Brasil e alguns são palestinos, e será preciso oferecer apoio e documentação para viverem no Brasil. Algumas famílias poderão ficar abrigadas no interior do estado de São Paulo.
Com informações do Estadão Conteúdo