China diminui restrições relacionadas a política de “covid zero”

A flexibilização acontece depois que Pequim sinalizou que não tinha planos de abandonar sua estratégia de “covid zero”.

Em Xangai, China reforça medidas contra a covid-19 — Foto: AP Photo
Em Xangai, China reforça medidas contra a covid-19 — Foto: AP Photo

A China anunciou o relaxamento de suas medidas de contenção da covid-19 mesmo com o aumento de casos no país, um dos primeiros indicativos de que pode retroceder com sua rígida política de “covid zero”, que prevê o fechamento de bairros e até cidades inteiras em caso de crescimento no número de novos casos – algo que aconteceu nesta semana em Guangzhou, que teve partes da cidade fechada após dias com alta de novos casos da doença.

A flexibilização acontece depois que Pequim sinalizou que não tinha planos de abandonar sua estratégia de “covid zero”.

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O país está enfrentando um novo surto da doença, com o número de novas infecções atingindo seus níveis mais altos desde o lockdown de dois meses em Xangai, que começou em abril.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou nesta sexta-feira que relaxaria alguns dos protocolos relacionados a covid-19, incluindo o encurtamento da quarentena obrigatória de pessoas que têm a doença ou contatos próximos de sete para cinco dias. O país também pretende ajustar como se determina o nível de risco de uma área para reduzir o número de pessoas afetadas pelos lockdowns.

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As novas regras também incluem a diminuição das medidas de rastreamento de contatos, que podem afetar dezenas de pessoas em uma área onde uma nova infecção é relatada, e a redução das penas para companhias aéreas que trazem pessoas infectadas com covid-19 do exterior.

A agência disse que também aumentará os esforços para aumentar a taxa de vacinação da China, inclusive entre os idosos, já que a maioria dos países já reduziu suas restrições.

A China defendeu a política de “covid zero” como forma de salvar vidas e aliviar a pressão sobre seu sistema de saúde, embora tenha atingido a economia do país, que caminha para sua pior taxa de crescimento anual em décadas.

Os investidores receberam bem as notícias de um relaxamento das medidas de controle, com o índice Hang Seng de Hong Kong saltando mais de 7% após o anúncio, enquanto o índice de referência CSI 300 de Xangai subiu quase 3% com a notícia.

O anúncio da agência de saúde veio um dia depois de Xi liderar uma reunião do Politburo, a cúpula do Partido Comunista Chinês, que reafirmou seu compromisso de acabar com pequenos surtos e descreveu a situação do vírus como “grave”.

“Medidas antiepidêmicas mais resolutas e decisivas devem ser tomadas para conter a propagação do vírus”, de acordo com a agência de notícias estatal “Xinhua”. Porém, o líder chinês acrescentou que “o impacto da epidemia no desenvolvimento econômico e social deve ser minimizado”.

Na comparação com a reunião do Politburo em maio, houve um abrandamento nos termos usados para enfatizar a necessidade de medidas duras, disse a consultoria de pesquisa “China Neican”. “Pequim está optando pelo gradualismo em vez de uma mudança repentina e importante em sua política de ‘covid zero’”, acrescentou.

O total de novos casos na China chegou a 10 mil na sexta-feira, com dezenas de voos de e para as principais cidades do país cancelados, incluindo Pequim e Guangzhou, uma cidade de 18 milhões que emergiu que é o epicentro do atual surto.

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