China e Canadá retaliam medidas de Trump e impõe tarifas sobre importações dos EUA

Em resposta ao início das tarifas de importação impostas por Donald Trump, China e Canadá anunciaram medidas de retaliação contra os Estados Unidos nas últimas horas.
O país asiático anunciou uma taxa de até 15% sobre produtos americanos como frango e algodão. Além de uma tarifa de 10% sobre a soja, após os EUA dobrarem a tarifa sobre todas as exportações chinesas para 20%.
Já o Canadá implementou tarifas de 25% sobre um total de US$ 107 bilhões em produtos dos Estados Unidos, começando imediatamente com tarifas sobre US$ 21 bilhões.
Retaliação chinesa às tarifas de importação
A retaliação chinesa às tarifas de importação veio horas depois de Donald Trump assinar uma ordem executiva aumentando as taxas. Ele justificou a medida pela suposta falta de ação da China no combate ao tráfico de fentanil para os EUA. O Ministério do Comércio da China condenou a decisão, prometendo medidas de resposta e pedindo que Washington retome o diálogo.
Trump manifestou interesse em conversar com o presidente chinês, Xi Jinping, mas os dois ainda não discutiram um possível acordo um mês após a sugestão da ligação. Como parte das represálias, a China impôs impostos sobre algumas mercadorias americanas e tomou medidas contra empresas dos EUA, incluindo a Illumina Inc., do setor de sequenciamento genético.
As ações chinesas parecem planejadas para minimizar impactos na própria economia. Ao mesmo tempo em que mostram a capacidade do país de afetar o fornecimento de minerais essenciais e prejudicar empresas americanas.
Medidas do Canadá entram em vigor nesta terça
Já no Canadá, o plano de retaliação é o mesmo que o primeiro-ministro, Justin Trudeau, anunciou em fevereiro. Isso, depois que Trump assinou sua ordem executiva para tarifas amplas.
“O Canadá não deixará essa decisão injustificada ficar sem resposta”, disse o primeiro-ministro na noite de segunda-feira (4).
Trudeau afirmou que as tarifas de importação canadenses entrarão em vigor para aproximadamente US$ 21 bilhões em produtos. Entrarão, assim, no mesmo momento em que as tarifas dos EUA, nesta terça-feira. Já as tarifas sobre o restante de bens americanos, entretanto, serão em 21 dias. A única exceção da medida parece ser os produtos energéticos canadenses, que contam com uma alíquota de 10%.
“Nossas tarifas permanecerão em vigor até que a ação comercial dos EUA seja retirada e, caso as tarifas dos EUA não cessem, estamos em discussões ativas e contínuas com províncias e territórios para buscar várias medidas não tarifárias”, disse Trudeau, em um comunicado.
Fornecimento de energia
O governador de Ontário, Doug Ford, também reiterou sua ameaça anterior de cortar o fornecimento de energia para os EUA em resposta às tarifas de Trump.
“Se eles querem tentar aniquilar Ontário, farei de tudo, inclusive cortar a energia deles, com um sorriso no rosto. E, assim, estou incentivando todas as outras províncias a fazerem o mesmo”, disse Ford a repórteres na segunda-feira. Ele acrescentou que o leste dos EUA depende “da nossa energia – eles precisam sentir a dor.”
As medidas retaliatórias eram esperadas depois que Trump disse anteriormente que não havia como o Canadá e o México evitarem as tarifas amplas que ele vem ameaçando desde que foi eleito em novembro.
É uma guerra comercial que interromperá uma das maiores relações comerciais bilaterais do mundo, que vale mais de US$ 900 bilhões em bens e serviços anuais. O Canadá é o maior comprador individual de bens dos EUA, e vice-versa.
México ainda não respondeu às tarifas de importação
Enquanto isso, espera-se que o governo do México anuncie sua resposta oficial ainda hoje às tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.
Na segunda-feira, a presidente Claudia Sheinbaum afirmou que seu país já elaborou “planos de contingência” para lidar com as medidas adotadas pelo governo Trump.
*Com informações do Valor Econômico
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