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Chuvas no Rio Grande do Sul: Petrobras e Itaú anunciam doações; confira outras medidas até agora
A Petrobras vai doar R$ 5,6 milhões para apoio à população de Canoas e Esteio, atingida pela pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O valor será destinado ao Movimento União BR, por meio do Instituto da Criança, uma organização sem fins lucrativos, para aquisição de itens de primeira necessidade, tais como cestas básicas e eletrodomésticos para atendimento às vítimas.
Os dois municípios estão localizados na região metropolitana de Porto Alegre, sendo Canoas, a sede da Refinaria Alberto Pasqualini e da Unidade Termelétrica Canoas, e Esteio, localizado na área de abrangência das operações da refinaria.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates disse que “essa é a maior catástrofe natural do estado Rio Grande Sul, sem precedentes históricos em abrangência e número de pessoas afetadas e a Petrobras se solidariza com as vítimas cumprindo seu papel de empresa socialmente responsável. Estamos sempre atentos às possibilidades de colaborar com a sociedade em momentos de crise”.
Ações emergenciais
Essas ações da empresa complementam outras medidas emergenciais que já vêm sendo tomadas pela companhia como a campanha de voluntariado para doações de itens de alimentação, limpeza e higiene para as famílias atingidas.
Equipes foram mobilizadas para viabilizar a compra e entrega de cestas básicas, água, itens de higiene pessoal, itens de limpeza, colchões e cobertores. O ginásio da sede social do Clube de Empregados Petrobras, em Canoas, está sendo utilizado para receber famílias desabrigadas. São atualmente cerca de 500 abrigados no local, e com muitos voluntários atuando. Além disso a companhia disponibilizou uma embarcação e equipamento para armazenar medicamentos.
A Petrobras também está fornecendo diesel e gasolina para o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil de Canoas, combustível de aviação para a Base Aérea de Canoas e 300 litros de gasolina para o Corpo de Bombeiros do mesmo município, além de caminhão-pipa e banheiros químicos para apoio às comunidades da região.
Medidas do Itaú
O Itaú Unibanco também adotou uma série de medidas emergenciais para apoiar os moradores do Rio Grande do Sul. Segundo o banco, as iniciativas foram definidas com base nas necessidades mais urgentes no contato com governo estadual e com autoridades locais buscando garantir que os esforços sejam destinados de forma eficiente e com base nas prioridades das comunidades impactadas.
Além de reforçar o atendimento em suas centrais e canais digitais para todos os clientes, pessoas físicas e jurídicas, o Itaú mobilizou as equipes que atendem empresas da região para contatá-las e desenhar planos específicos de travessia deste momento tão delicado.
Dentre as medidas especiais para clientes corporativos, estão:
- Suspensão de mensalidades e tarifas de conta corrente e na Rede (maquininhas) por pelo menos três meses.
- Repactuações de parcelamentos (pular parcelas) para clientes que tiverem essa necessidade.
- Manutenção de limites de crédito e disponibilização de novas linhas especiais.
- Comunicação proativa e facilitação da abertura de sinistros de seguros de vida ou patrimoniais para pessoas e empresas.
- Clientes em atraso, mesmo antes da tragédia, terão a suspensão temporária de cobranças.
Já para clientes pessoas físicas, as principais ações são:
- Prioridade da região nas centrais de atendimento.
- Em conta corrente e cartões, haverá isenção de tarifas e anuidade, suspensão de encargos de parcelamento de fatura e outros – até estorno de tarifas e juros, se necessário.
- Contato para avisar sobre a disponibilidade de cobertura de seguros de vida e patrimoniais.
Doações para comunidade
O Itaú está em contato constante com governos e autoridades locais para direcionar soluções e recursos adequados para este momento emergencial. Entre as iniciativas já definidas, estão:
- Aporte de R$ 5 milhões em iniciativa da companhia aérea Azul para custear voos humanitários para a região, com itens como doações e mantimentos.
- Aporte inicial de R$ 5 milhões por meio da organização não-governamental União Brasil para destinar recursos com agilidade para a população.
- Engajamento dos colaboradores do Itaú em campanha de doação de recursos, em que cada real doado terá outro como contrapartida do banco.
“O Itaú está monitorando permanentemente a situação da região Sul do Brasil, e novos aportes financeiros e medidas emergenciais poderão ser implementadas de acordo com a necessidade. Além disso, o banco já discute com parceiros e o poder público ações para a reconstrução das cidades impactadas pelas chuvas.”
Linhas de crédito para famílias
As famílias afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul poderão receber uma linha de crédito especial para a reconstrução de casas, disse na noite dessa segunda-feira (6) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O crédito se somará ao repasse de verbas ao governo gaúcho e às prefeituras das localidades atingidas pelo evento climático extremo.
Segundo Haddad, o governo ainda está definindo os detalhes e a possibilidade de os bancos oficiais operarem a linha de crédito. Nesta terça (7), Haddad se reunirá com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. O ministro confirmou que a linha de crédito extraordinária será um dos temas.
“É preciso uma linha de crédito específica para reconstrução da casa das pessoas. A maioria não tem cobertura de seguro. Então, isso tudo vai ter que ser visto”, disse o ministro.
Para as micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais, o pagamento foi adiado em um mês.
Segundo Haddad, as medidas devem ser fechadas e apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro informou que enviará alguns cenários para o presidente decidir.
Ainda na segunda, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de decreto legislativo para reconhecer estado de calamidade pública em parte do território nacional, em decorrência da tragédia climática no Rio Grande do Sul. A proposta agiliza o repasse de recursos ao estado.
Dívida
Em relação à dívida dos estados com a União, Haddad disse que o governo pretende dar um tratamento específico e “emergencial” ao Rio Grande do Sul. O governador Eduardo Leite pede a suspensão das parcelas dos débitos com o governo federal para liberar cerca de R$ 3,5 bilhões do caixa do estado.
Segundo o ministro, embora outros estados do Sul e do Sudeste queiram renegociar as dívidas com a União, o Rio Grande do Sul receberá prioridade no momento. “Nós temos de isolar o maior problema para enfrentar de maneira adequada. É um caso totalmente atípico, precisa de um tratamento específico”, declarou Haddad.
Outra possibilidade de ajuda ao estado é a liberação de recursos por meio de créditos extraordinários, usados em situações urgentes e imprevistas e que estão fora do limite de gastos do novo arcabouço fiscal. Haddad informou que o governo federal ainda não tem um cálculo do valor necessário para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul.
“Sem a água baixar, é muito difícil fazer uma estimativa de custo. Temos que aguardar os próximos dias para fazer uma avaliação dos danos e [decidir] como vamos enfrentar esse problema. Mas a disposição do Congresso e dos executivos estadual e federal é de enfrentar o problema”, afirmou Haddad.
Emendas parlamentares
O total de repasses do governo federal ao Rio Grande do Sul com a antecipação do pagamento de emendas parlamentares individuais vai superar R$ 1 bilhão. O estado enfrenta a pior cheia da história com mais de 60% dos municípios atingidos por fortes chuvas.
Na tarde desta segunda-feira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que os parlamentares gaúchos identificaram cerca de R$ 480 milhões em emendas individuais que podem ser antecipadas. O valor corresponde às emendas individuais de transferência especial, que são enviadas diretamente para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Esse novo pacote se soma à liberação de R$ 580 milhões em emendas parlamentares que já havia sido anunciada mais cedo, totalizando R$ 1,06 bilhão. Os pagamentos deverão ser antecipados nos próximos dias.
LDO
Para viabilizar a antecipação deste pacote de R$ 480 milhões, é preciso alterar uma regra da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “A regra da LDO não permite que seja antecipado, por isso que nós encaminhamos, já na sexta-feira [3], com apoio do coordenador da bancada gaúcha, deputado Marcon (PT-RS), uma proposta de emenda na LDO em que a expectativa nossa, confirmada pelo presidente do Senado, presidente do Congresso, que possa ser votada na sessão do Congresso essa semana”, afirmou o ministro em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
“São repasses fundo a fundo, então ele não depende de convênio, não depende de etapas de execução, são recursos que vão direto aos municípios e ao estado com velocidade muito maior”, acrescentou Padilha.
A declaração de Padilha foi dada a jornalistas após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviar uma proposta de decreto legislativo para flexibilizar regras fiscais e orçamentárias na liberação de recursos para combater a calamidade pública no Rio Grande do Sul.
Com informações da Agência Brasil
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