Congelamento de doações levou à desistência de Biden, diz especialista em Relações Internacionais

Especialista lembra que grupo de grandes doadores do Partido Democrata teria congelado US$ 90 milhões caso Biden permanecesse na disputa

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante entrevista. Foto: Alan Santos/PR
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante entrevista. Foto: Alan Santos/PR

O “congelamento” de doações ao Partido Democrata caso Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos, se mantivesse na corrida presidencial daquele país esse ano, foi fundamental para a desistência de Biden da campanha, anunciada neste domingo (21), segundo Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) de São Paulo.

Rudzit se refere à informação veiculada há uma semana pelo jornal americano “The New York Times”, de que um grupo de grandes doadores do Partido Democrata teria congelado US$ 90 milhões, caso Biden permanecesse na disputa.

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“A questão dos doadores foi fundamental. Porque não é só para ele [Biden, é para o partido como um todo. Porque a campanha presidencial também acaba repassando fundos para outras campanhas [que não a da presidência]” explicou.

O especialista ponderou que ter recursos para outras eleições, não somente para a disputa presidencial, é muito importante. “O grande receio dos democratas é o Trump [Donald Trump, candidato republicano à presidência] de dominar não só a Casa Branca, mas Câmaras de Deputados, Senado e Suprema Corte”, disse. “Essa eleição se tornou mais importante ainda do que qualquer outra” disse, a frisar que “não é somente sobre a Casa Branca”.

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Tudo indica que Kamala vai ser a candidata

Ao ser questionado sobre possibilidade de Kamala Harris, atual vice-presidente, substituir Joe Biden como opção democrata na disputa pela presidência americana, visto que Biden pediu, hoje, apoio ao nome dela, após renunciar, o professor foi taxativo. “Tudo indica que Kamala vai ser efetivamente a candidata. Porque ela já tem uma exposição nacional, o nome dela já é conhecido”, disse. O professor observou que, a 100 dias da corrida presidencial americana, os democratas não teriam tempo hábil de fortalecer um nome, em escala nacional, para a disputa pela presidência.

Um aspecto salientado pelo professor, no caso de Kamala, é a possibilidade de que ela teria mais chance do que Biden em vencer na disputa presidencial em Arizona e Georgia, dois dos chamados “swing states”. São estados americanos que em cada eleição escolhem ou nomes democratas, ou republicanos, sem preponderância entre um ou outro. “A Georgia que tem população majoritariamente negra, ela teria mais chance de crescer lá”, disse.

Outro atrativo de Kamala: a juventude

Outro atrativo de Kamala na disputa presidencial, para arrebanhar eleitores, lembrou ele, é o fato de que a atual vice-presidente, com 59 anos, é bem mais jovem do que o Donald Trump. “Donald Trump tem 78 anos”, lembrou. Ele lembrou que pesquisas sobre eleitores independentes mostraram a questão da avançada idade, dos dois principais candidatos na corrida presidencial dos EUA, como um empecilho para a escolha. “Pode ser uma novidade que atraia esses eleitores”, disse.

No entanto, afirmou que, em seu entendimento o partido democrata fará pesquisas antes de escolher qual nome que substituirá Biden. “Os democratas vão esperar primeiras pesquisas para efetivamente tomar essa decisão, mas eu acho que é quase impossível não a escolher [Kamala Harris]”, pontuou.

Joe Biden abandonou corrida eleitoral neste domingo (21) após pressões pela sua saída. Desde fim de junho, quando participou de debate com o candidato republicano Donald Trump, o atual presidente americano tem recebido críticas. O desempenho ruim no debate, de Biden, levantou dúvidas sobre aptidão do atual presidente ao cargo.

Com informações do Valor Econômico

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