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CPI confirma expectativa do mercado, que agora espera sinais do Fed; veja o que dizem analistas
A inflação dos Estados Unidos dá sinais de desaceleração e pode forçar o Federal Reserve a reduzir ainda mais a intensidade de alta nas taxas de juros na reunião de fevereiro. O índice de preços ao consumidor (da sigla CPI) registrou deflação de 0,1% em dezembro, em queda pelo terceiro mês seguido, terminando 2022 em 6,5%, abaixo do pico de 9,0% visto em junho.
Os analistas olham o dado com algum otimismo, no sentido de fazer o Fed frear o aperto monetário, apesar de o mercado de trabalho estar aquecido, segundo o último relatório de empregos. O ciclo de alta de juros tem desacelerado alguns setores da economia. As vendas de casas caíram pelo décimo mês consecutivo e os PMIs continuam abaixo dos 50 pontos.
“Frente aos últimos dados de inflação, é possível vermos uma redução no ritmo de alta no juro. Mercado já enxerga uma alta de 25 bps na próxima reunião do Fed. Para este ano, a nossa perspectiva é de que o juro fique em torno de 5,00% a.a.”, apontou o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.
Para Carlos Vaz, CEO da Conti Capital, gestora de investimentos nos EUA, embora a inflação tenha reduzido, ainda está muito acima da meta anual de 2% que o Fed deseja, o que valida a postura de manter os juros em alta, para que somente quando a inflação der sinais de voltar à meta, frear o ritmo mais contracionista, o que deve acontecer, segundo Vaz, no último trimestre de 2023 ou no primeiro de 2024.
“Imagino que o CPI deve continuar caindo gradativamente, quase que a conta-gotas nos próximos 3 meses, apesar de dar alguma margem para que a autoridade monetária avalie aumentos mais brandos na taxa de juros, combinando o índice de preços com outros dados igualmente relevantes”, completou Vaz.
Para o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, com os indícios de arrefecimento da inflação americana, os analistas avaliam que o Fed pode moderar seu aperto e, havendo isso, os investidores passam a se aventurar mais em ativos arriscados, como moedas de países emergentes – entre elas, o real brasileiro.
De acordo com os dados divulgados há pouco, os preços de energia e da gasolina têm mostrado seguidos recuos diante das quedas no preço do petróleo. Índices de preços como de moradia e aluguéis também estão arrefecendo, mas em menor velocidade.
O núcleo do CPI, que mede o avanço dos preços de bens de serviços, sem contabilizar energia e alimentos, ficou com alta anual de 5,7%.
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