Datafolha: 93% condenam atos golpistas e 55% veem responsabilidade de Bolsonaro
Uma pesquisa feita pelo instituto Datafolha aponta que 93% dos brasileiros condenam os atos golpistas que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, no domingo (8). Dos entrevistados, 3% disseram-se favoráveis aos atentados protagonizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros 3% são indiferentes ou não souberam responder.
A maioria dos entrevistados pelo instituto, 55%, entende que Bolsonaro teve algum grau de responsabilidade pelos ataques — 38% acham que ele teve “muita” e 17% acham que teve “um pouco”. Já 39% entendem que Bolsonaro não teve responsabilidade.
O Datafolha entrevistou 1.214 pessoas a partir de 16 anos, por telefone, entre terça-feira (10) e quarta-feira (11). A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais.
Parte dos envolvidos nos atos golpistas de domingo estava em acampamentos mantidos por eleitores de Bolsonaro que ainda se recusavam a aceitar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro, passou parte da campanha questionando a segurança das urnas eletrônicas e não chegou a reconhecer, de forma clara, a sua derrota. No domingo, ele criticou a violência dos atos. Entre aqueles que declaram voto no ex-presidente, 10% apoiam o vandalismo praticado contra os bens públicos.
46% acham que ‘todos’ deveriam ser presos
Os entrevistados, em sua maior parte, concordam com as prisões de envolvidos nos ataques do domingo — cerca de 1.500 pessoas foram presas. Ao todo, 46% dizem que “todos” deveriam ser detidos; 26% responderam que a prisão deveria ser aplicada apenas a “alguns” e para 9% ninguém deveria ser preso. Segundo 77% dos entrevistados, quem financiou a ida de pessoas para participar dos ataques também deve ser presa — 18% acham que não.
A maioria (63%) também respondeu que as forças de segurança do Distrito Federal não fizeram tudo o que podiam para conter e evitar a destruição dos prédios. Após os atos, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo e teve a prisão determinada por ordem do Supremo Tribunal Federal, que aponta omissão na conduta de Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.
Sobre a atuação de Lula no episódio, 39% afirmam que o presidente “fez o que deveria” para impedir os atos. O resultado é próximo de quem entende que o petista “fez menos do que deveria” — 37%.
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