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Debate da Band: O que as campanhas de Lula e Bolsonaro preparam para o confronto dos presidenciáveis
As campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) têm traçado estratégias semelhantes para o primeiro debate deste segundo turno da campanha presidencial, marcado para este domingo (16), na Band. Aqui na Inteligência Financeira você poderá acompanhar a cobertura do debate da Band, à partir das 20h.
Tanto a equipe do petista quanto a do atual presidente afirmam que a ideia é mesclar a apresentação de propostas com ataques ao adversário. Para isso, preparam um arsenal para ser usado caso o programa se transforme no mesmo pugilato visto em encontros anteriores.
O time de Lula já deixou pronta uma série de respostas para Lula ter em mãos para poder rebater Bolsonaro. Uma delas, por exemplo, é se o presidente apontar que o petista apoia ditaturas de esquerda na América Latina. Pelo script, o ex-presidente deverá responder que o próprio adversário já defendeu publicamente o período da ditadura no Brasil e ressaltará seus movimentos em prol da democracia do país. Na hipótese de Bolsonaro falar sobre aliados de Lula envolvidos em escândalos do passado, o petista vai devolver falando de auxiliares polêmicos do mandatário, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, o ex-presidente Fernando Collor e Roberto Jefferson.
Na equipe de Bolsonaro, o principal desafio será, mais uma vez, tentar controlar o temperamento do presidente e rompantes que poderão custar caro para quem precisa conquistar eleitores indecisos. No primeiro turno, o debate da Band ficou marcado pelo ataque que o candidato do PL fez à jornalista Vera Magalhães. Bolsonaro, porém, não deixará de partir para cima de Lula, repetindo acusações sobre casos de corrupção nas gestões petistas, chamando de “ladrão” e insistindo no discurso de que o ex-presidente não foi inocentado nos casos envolvendo a Operação Lava-Jato — as condenações do petista foram anuladas. A ideia é irritar o ex-presidente.
Qual é o formato do debate da Band?
O formato do debate deste domingo é menos engessado que o do primeiro turno, quando os candidatos permaneciam estáticos numa tribuna respondendo a questionamentos de adversários e de jornalistas.
Agora, eles poderão circular livremente pelo estúdio, o que vai testar não apenas o poder de articulação dos candidatos, mas também sua linguagem corporal, a habilidade em se movimentar no palco – e a capacidade de resistir a provocações do adversário.
‘Coach’ treina Bolsonaro
O influenciador Pablo Marçal, que chegou a ser candidato e agora apoia a reeleição do presidente da República, vem dando orientações de oratória e presença diante da câmeras. Marçal, que depois do primeiro turno passou a andar mais colado a Jair Bolsonaro, vem dando dicas para que ele melhore a oratória e o posicionamento diante das câmeras durante o debate.
Na quinta-feira, Marçal também participou de uma live que visava recrutar e treinar influenciadores digitais para defender o candidato à reeleição contra ataques do PT.
Campanha de Lula preparou dossiê
A coordenação de campanha do petista elaborou um esquema especial para o debate da Band. Um grupo formado pelos principais auxiliares do presidente, entre eles o ex-ministro Aloizio Mercadante e o advogado Cristiano Zanin Martins, preparou uma lista de temas que devem constar das perguntas de Jair Bolsonaro nas duas horas de embate, com as respectivas respostas.
Constam do dossiê: aborto, descriminalização das drogas, fechamento de igrejas, os regimes ditatoriais da Venezuela e da Nicarágua e banheiro unissex para crianças.
O jurídico preparou ainda um material a parte sobre corrupção – tema com que o candidato do PTB, o candidato laranja Padre Kelmon (PTB), tirou Lula do sério no debate da TV Globo –, com dados sobre os processos e das decisões judiciais para ajudar o candidato a se defender de acusações sobre o escândalo de corrupção da Lava Jato.
Preocupações petistas
Os petistas têm duas preocupações quanto ao desempenho de Lula. Por um lado, sabem que têm que evitar que Lula apresente o desempenho do primeiro debate, quando pareceu abatido e sem repertório para responder às acusações de envolvimento no petrolão.
De outro lado, porém, precisam treiná-lo para que não se irrite e nem saia do sério caso seja chamado de ladrão ou corrupto, como se fazia na peça de propaganda de Bolsonaro na TV suspensa nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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