Eleições EUA: ‘Onda vermelha’ não aconteceu. O que isso diz sobre 2024? Biden já deu parte da resposta
Resultado até aqui das eleições de meio de mandato foram ruins para Donald Trump que viu a derrota de seus candidatos
Nos Estados Unidos, após a terça-feira de eleições (8) e os resultados das urnas ainda sendo consolidados, já se tem uma certeza, afirmam os analistas de política: o controle do Congresso ainda está no ar. Uma segunda certeza, olhando os números divulgados até o momento sobre as eleições: os ganhos republicanos até agora têm sido menores do que a “onda vermelha” prevista pelo partido.
Na terça, cidadãos norte-americanos foram às urnas em eleições de meio de mandato, decisivas para o governo do democrata Joe Biden. Na Câmara, todos os 435 assentos estão em disputa, onde os deputados cumprem mandatos de dois anos. Atualmente, os democratas controlam a Câmara por uma pequena margem. Os republicanos precisam ganhar apenas seis cadeiras para obter a maioria.
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Em 2010, nas primeiras midterms de Barack Obama, os republicanos viraram 63 cadeiras para o partido. No começo do governo Bill Clinton, em 1994, os republicanos conquistaram 54 assentos. Hoje os republicanos têm 212 assentos na Câmara e precisam, ao todo, de 218 para controlar a Casa. Qualquer resultado abaixo de 20 novas cadeiras neste ano tem sido visto como um resultado ruim para o partido.
No Senado há 100 assentos, e 35 estão na corrida eleitoral. Os senadores têm mandatos de seis anos, e a casa, que possui 50 assentos para cada legenda. Hoje a maioria é democrata, já que a vice-presidente Kamala Harris tem o voto de desempate. Porém, os republicanos só precisam de um único assento para assumir o controle. Entretanto, até aqui, tudo indica que no Senado os republicanos também podem não obter maioria.
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Vencedores e perdedores
Tudo isso faz com que os números até o momento sejam muito melhores do que o esperado pelo presidente Biden. Por isso, mesmo sem a totalização dos votos, o presidente Biden disse na quarta-feira (9) que pretende concorrer à reeleição. Biden provavelmente tomará uma decisão final no início do próximo ano, depois de declarar que os resultados das eleições de meio de mandato de terça-feira são bons para a democracia.
Autoridades da Casa Branca expressaram na quarta-feira, segundos os grandes veículos de comunicação dos EUA, um sentimento de que Biden se saiu melhor do que o esperado. Do outro lado, o resultado está sendo especialmente ruim para Donald Trump, que viu algumas de suas apostas serem derrotadas. Não só no Legislativo, como também em governos estaduais, como na Pensilvânia (Doug Mastriano), em Wisconsin (Tim Michels) e em Michigan (Tudor Dixon).
Inflação e aborto definiram o pleito
Os dois temas mais importantes desta eleição para os eleitores, segundo todas as grandes pesquisas de boca de urna, foram a situação econômica dos Estados Unidos e a garantia do acesso ao aborto.
A inflação, hoje em 8,2% no acumulado de 12 meses, nível historicamente alto, tende a punir o Partido Democrata, que está no poder. Por outro lado, a defesa do direito ao aborto, depois que a Suprema Corte autorizou em junho que estados proibissem a prática, mobilizou uma legião de eleitoras mesmo em estados conservadores para votar em candidatos democratas.