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Em eleições midterms acirradas, controle do Congresso dos EUA está indefinido
A “onda vermelha” prevista pelos republicanos, partido do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, para tomar o controle do Congresso dos EUA nas eleições de meio de mandato, ou midterms, não se concretizou. A força dos democratas nas urnas surpreendeu e deu um tom de incerteza sobre a definição do controle do Senado e da Câmara.
Por enquanto, o placar pelo Senado é o mais acirrado, com vantagem de uma cadeira para os democratas, em 48 a 47, segundo o site Politico. Ganha maioria quem obter 51 cadeiras.
É possível que a definição do vencedor das midterms demore dias para ser anunciada. Essa eleição já tem o recorde do maior número de eleitores que votou antecipadamente. Para o Senado americano, o resultado pode chegar apenas em dezembro.
Apostas de Trump decepcionam
Os democratas tiveram um desempenho acima do esperado nas midterms. Na eleição, é comum que o partido do presidente perca a maioria no Congresso americano. Com a recente decisão da Suprema Corte americana no caso “Roe v. Wade”, de reverter o direito das mulheres a realizarem ao aborto no país, o Partido Republicano esperava uma gama de eleitores conservadores comparecendo às urnas para empurrá-lo em direção à maioria. Mas esse não foi o caso.
Especialistas ouvidos pela IF esperavam um furacão republicano após a divulgação de indicadores ruins da economia durante a gestão de Biden. A alta de juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), é a maior desde 2008, e mostra uma economia resfriada, com dificuldade para gerar empregos dentro do país.
Alguns dos principais candidatos endossados por Trump nas midterms perderam suas disputas locais contra os democratas.
Em um dos estados-chave, a Pennsylvania, o republicano Mehmet Oz, aliado do ex-presidente, perdeu a corrida mais custosa aos republicanos nestas eleições para o democrata John Fetterman. Outro aliado que perdeu as midterms foi Don Bolduc, republicano que disputava o senado por New Hampshire.
Situação no Senado é delicada
Pelo Senado, os republicanos enfrentam uma situação mais delicada que os democratas. O partido vermelho deve obrigatoriamente conquistar 51 cadeiras para obter maioria, enquanto a legenda azul pode correr o risco de a disputa se encerrar em empate técnico. Isso porque, neste caso, quem decidiria o vencedor seria o voto de Minerva da presidente do Senado, que é a vice-presidente dos EUA, a democrata Kamala Harris.
Cinco estados devem ainda totalizar as urnas para decidirem os senadores. Por enquanto, o Partido Republicano lidera em Nevada, no Alaska e em Wisconsin. O Partido Democrata está na frente no Arizona e na Georgia.
Maioria vermelha na Câmara
Segundo projeções do Politico, o Partido Republicano está mais perto de obter o controle da Câmara, tendo confirmados 199 deputados eleitos, contra 172 dos democratas. É preciso 218 para ter a maioria.
Ainda assim, a liderança dos republicanos esperava uma margem de mais de 60 cadeiras de vantagem em relação aos oponentes. Em meio à apuração, o partido reduziu a previsão para uma maioria de 20.
Midterms podem se arrastar
A votação nos Estados Unidos não é homogênea como no Brasil, onde o governo federal impõe o mesmo sistema de votos em cada um dos estados. Para os americanos, cada estado tem leis diferentes, que os obrigam a totalizar votos impressos e de urnas digitais. As regras para o prazo de encerramento da votação e apuração também variam.
Desta forma, a apuração pode se alongar. No caso da Câmara, a disputa deve se estender pelos próximos dias, já que os votos são contados por distritos definidos dentro dos estados.
Mas para o Senado, a projeção de um segundo turno da Georgia pode levar a disputa a ser resolvida apenas em dezembro. A projeção para o estado, no momento, mostra que os dois candidatos não devem conquistar 50% dos votos mais um, que é o mínimo para conquistar a cadeira no Congresso. O segundo turno da disputa está marcado para o dia 6 de dezembro.
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