Fernandéz em encontro com Lula: ‘Brasil e Argentina nasceram para ficar unidos’

Presidente brasileiro disse que governo trabalha por linha de financiamento abrangente de exportações à Argentina

O presidente Lula recebe o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O presidente Lula recebe o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (26) que o Brasil tem trabalhado por uma linha de financiamento “abrangente” para financiar as exportações brasileiras à Argentina.

“Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina. Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não. Todo mundo tem a ganhar: as empresas e os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos”, disse Lula, em discurso durante a visita de Estado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao Brasil.

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é quem deverá ser a instituição responsável pelo crédito às exportações.

O presidente do banco, Aloizio Mercadante, acompanhava o discurso de Lula da plateia. “Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner”, acrescentou o presidente do Brasil.

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Moeda comum e união

No discurso, Lula voltou a defender a adoção de uma moeda comum para transações comerciais com a Argentina.

“Precisamos avançar com novas e soluções com mais integração financeira. Entre as opções, está a adoção de moeda de referência específica para comércio regional, que não eliminará respectivas moedas nacionais”, declarou.

Lula condecorou Fernández com o grande colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. “Brasil e Argentina nasceram para ficar unidos”, disse Fernández.

Quinto encontro em 2023

Maiores parceiros comerciais do Brasil na América do Sul, os argentinos enfrentam uma grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e altos índices inflacionários.

Uma seca histórica também afeta as safras de grãos da Argentina, aprofundando a crise e colocando em risco as metas acordadas pelo país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no pagamento das dívidas.

Lula tem articulado iniciativas de ajuda ao país vizinho, principalmente para evitar queda nas exportações brasileiras. No mês passado, no Japão, o brasileiro conversou com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, sobre a situação econômica da Argentina, além de buscar apoio junto ao Brics – bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Desde janeiro, Lula e Fernández encontraram-se cinco vezes. Além da posse de Lula, em janeiro, em Brasília, o presidente brasileiro fez uma visita oficial à Argentina na sua primeira viagem internacional nesse terceiro mandato. Na ocasião, em 23 de janeiro foi assinada declaração conjunta com múltiplos compromissos.

Além desta última visita, Fernández veio outras duas vezes a Brasília, em maio – uma para se reunir diretamente com o presidente Lula e outra para participar da cúpula de presidentes sul-americanos.

A visita de Estado desta segunda-feira ocorre a convite de Lula no contexto de celebração dos 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países. A Argentina foi o primeiro país a reconhecer a independência e estabelecer relações com o Brasil.

O governo brasileiro ainda atribui caráter “estratégico e prioritário” às relações com o país vizinho, “eixo fundamental do Mercosul [bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] e do processo de integração sul-americana”.

A Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil. Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina alcançaram o valor de US$ 15,3 bilhões. As importações de produtos argentinos, por sua vez, chegaram a US$ 13 bilhões.

“O comércio bilateral, marcado por seu alto valor agregado, tem papel estratégico para o desenvolvimento e industrialização dos dois países”, avaliou o Ministério das Relações Exteriores.

Com informações do Estadão Conteúdo e da Agência Brasil

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