Gastos dos candidatos à Presidência revelam estratégias para alcançar eleitores

Lula e Ciro apostam em programas de TV e rádio; Tebet, em redes sociais; e Bolsonaro, até o momento, gastou mais com serviços

Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet, candidatos à Presidência da República em 2022 — Foto: Bruno Kelly/Reuters, Albari Rosa/AFP, Andre Penner/AP e Miguel Schincariol/AFP
Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet, candidatos à Presidência da República em 2022 — Foto: Bruno Kelly/Reuters, Albari Rosa/AFP, Andre Penner/AP e Miguel Schincariol/AFP

A declaração de despesas de campanha feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela como os candidatos a presidente apostam em diferentes estratégias de uso do dinheiro para alcançar os eleitores.

Os dados completos estão disponíveis na plataforma Siga o Dinheiro, desenvolvida em parceria pelo JOTA e pela organização Base dos Dados. A ferramenta permite acompanhar, com dados do TSE em tempo real, como os recursos estão sendo distribuídos ao longo da corrida eleitoral.

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Dono da maior despesa entre os candidatos ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta financeiramente em mídias tradicionais — de R$ 56.937.396,81 de despesas para a campanha, R$ 25,9 milhões foram gastos na produção de programas de rádio, TV ou vídeo. Em seguida, estão a produção de material impresso (R$ 6,1 milhões), os serviços prestados por terceiros (R$ 5,7 milhões) e a produção de adesivos (R$ 3,4 milhões). Ele é o único dos principais presidenciáveis que tem entre os principais gastos a promoção de eventos de candidatura: R$ 2.864.840,40.

Simone Tebet (MDB), a segunda com maior despesa declarada até o momento (R$ 31.935.402,40), adotou estratégia financeira diferente, com foco em mídias sociais: entre todos os candidatos à presidência, ela lidera os gastos com serviços prestados por terceiros (R$ 17,7 milhões) e com impulsionamento de conteúdo em redes sociais (R$ 2,7 milhões). Tebet foi a que menos apostou em programas de rádio e TV entre os principais candidatos: R$ 1,5 milhão de gastos.

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O terceiro maior gasto total de campanha declarado até o momento é de Soraya Thronicke (União Brasil) — R$ 27.231.847,37. Ela também focou em programas de TV e rádio (R$ 12.983.000,00) como o principal investimento. Além de serviços prestados por terceiros (R$ 5.127.580,76) e publicidade impressa (R$ 5.127.580,76), a advogada tem como quarto maior gasto a prestação de serviços advocatícios (R$ 2.025.000,00) – nessa categoria, ela só perde para Lula, que gastou R$ 2.900.000,00.

Ciro Gomes (PDT) gastou 44% da sua despesa total (R$ 24.529.545,76) com a produção de programas de rádio, TV e vídeo: R$ 10.570.350,00. A produção de santinhos (R$ 5.926.365,61) e o impulsionamento de conteúdo em redes sociais (R$ 1.660.266,37) vêm em seguida. Em termos estratégia financeira, o diferencial do pedetista é que ele é o único a ter entre as principais despesas o gasto com transporte e deslocamento: R$ 1.374.448,47.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem só o quinto maior gasto declarado entre os candidatos até o momento, com R$ 15.174.071,12 no total. O principal gasto até 23 de setembro é o de contratação de terceiros, como cabos eleitorais, por exemplo – foram R$ R$ 6.627.334,00 despendidos para essa finalidade. O segundo maior gasto é com programas de rádio, TV e vídeo (R$ 5,8 milhões). O gasto com “pesquisas ou testes eleitorais” (R$ 2,2 milhões), que não está presente entre as principais despesas de nenhum dos presidenciáveis com maior destaque, é o terceiro maior de Bolsonaro.

Gastos totais

Considerados os números totais, quando somados todos os candidatos à Presidência, os maiores gastos até o momento são, em ordem, com programas de TV, rádio ou vídeo, serviços prestados por terceiros, publicidade por materiais impressos (santinhos) e impulsionamento de conteúdos em redes sociais.

A maior despesa, com programas televisivos, radiofônicos e em vídeo, soma R$ 57.396.550,00 até agora, considerando todos os candidatos. Com serviços prestados por terceiros foram gastos R$ 39.118.720,15 ao todo. E os materiais impressos, como santinhos, custaram R$ 18.304.652,26 aos candidatos.

Veja as 10 principais despesas dos candidatos a presidente:

  • Produção de programas de rádio, televisão ou vídeo: R$ 57.396.550,00
  • Serviços prestados por terceiros: R$ 39.118.720,15
  • Publicidade por materiais impressos: R$ 18.304.652,26
  • Despesa com impulsionamento de conteúdos: R$ 8.117.657,32
  • Serviços advocatícios: R$ 7.265.000,00
  • Publicidade por adesivos: R$ 5.611.058,90
  • Despesas com transporte ou deslocamento: R$ 5.519.177,33
  • Pesquisas ou testes eleitorais: R$ 4.541.400,00
  • Eventos de promoção da candidatura: R$ 3.486.896,68
  • Doações financeiras a outros candidatos/partidos: R$ 2.806.222,00
(Por Erick Gimenes, repórter freelancer do JOTA)
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