Geração de emprego poderia ser melhor se não fosse ‘insanidade monetária’, diz Marinho
Ministro diz que avanço do mercado de trabalho 'será mais ou menos dependendo da Selic'
Após a divulgação de dados de geração de empregos que veio com um Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) acima da expectativa, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o cenário só não foi melhor em função do alto patamar da Selic. Ele chamou a política monetária do Banco Central, que decide qual a oscilação da taxa básica de juros, de “insanidade monetária”.
“O grande problema é a insanidade monetária do BC, espero que ele esqueça as razões da manutenção da Selic e analise realmente a economia brasileira”, disse Marinho. “Temos leitura de que o mercado de trabalho crescerá este ano, será mais ou menos dependendo da Selic. Se o BC colaborar, a economia vai voar. Se não colaborar, vai continuar andando”. Na avaliação dele, a perspectiva é positiva, mas poderia ser melhor se não fosse a Selic a 13,75%.
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O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura líquida de 241.785 vagas com carteira assinada em fevereiro, conforme dados divulgados pelo Caged. A mediana aguardada pelo mercado era de 162,8 mil, segundo o Valor Data.
Previsão para março é de retração no mercado de trabalho
A projeção do ministério para março é de um crescimento menor do que fevereiro, por razões de sazonalidade.
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No balanço apresentado hoje, o setor com crescimento mais expressivo foi o de serviços, com abertura líquida de 164.200 postos. Uma das áreas responsáveis foi a de educação, que no início do ano geralmente registra novos professores substitutos. Foram 58 mil contratações no total.
Os dados são lidos de forma negativa pelo mercado financeiro, porque jogão uma sombra de dúvidas sobre a potencial alta da inflação e dão razão ao BC por manter a política monetária atual de juros altos — com possibilidade de mais altas, segundo o último comunicado do Copom.
Ao longo do ano, Marinho também espera efeito positivo de iniciativas do governo, como o reajuste do salário mínimo e da tabela do Imposto de Renda em maio, reajuste do Bolsa Família e a retomada de obras paradas, incluindo o Minha Casa Minha Vida.