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“Depende de não ter golpe”, diz Barroso sobre assumir presidência do STF
Atual vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso disse nesta sexta-feira, em tom descontraído, que assumir a presidência da Corte depois de Rosa Weber “depende de não ter golpe” no país.
A declaração sobre um possível golpe foi dada em tom de brincadeira, depois de Barroso ser apresentado como futuro comandante do STF em seminário da Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ).
“É uma profecia que eu espero que se realize, mas depende de não ter golpe”, brincou, antes de ouvir risadas da plateia. Ao longo dos últimos anos, Barroso, assim como outros ministros, foi alvo de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). O atual presidente tem uma relação marcada por rusgas com o Supremo e com o Superior Tribunal Eleitoral (TSE). A mais recente foi no começo da semana, quando mencionou que, caso não ganhasse a eleição no primeiro turno, seria por algo “anormal” da Justiça Eleitoral.
Bolsonaro também já atacou diretamente Barroso, acusando-o de “interferência direta” na votação da PEC do voto impresso, que não foi aprovada pela Câmara dos Deputados. “Interferência politica é crime previsto na Constituição. O Barroso é um criminoso […] depois ele vai para o Reino Unido falando que queriam ressuscitar o voto de papel como antigamente. Barroso, você é um mentiroso, um mentiroso”, disse o presidente em agosto, durante uma entrevista à uma rádio gaúcha.
Barroso critica orçamento secreto
Com o discurso que é uma marca registrada em suas palestras, o ministro do STF criticou o patrimonialismo brasileiro e citou como exemplo o esquema de “orçamento secreto” criado no governo Bolsonaro.
Ao diagnosticar, também em tom crítico, o excesso de judicialização da vida brasileira, o ministro disse que não adianta aumentar o número de magistrados no Supremo, algo ventilado pelo bolsonarismo.
Outro ponto abordado pelo magistrado foi a carga tributária brasileira. Segundo ele, o grande problema reside na alta tributação sobre o consumo, que acaba por prejudicar mais os pobres. “Eu e o garçom que atende no Supremo pagamos a mesma tributação”, disse.
O ministro participou do ciclo de debates “Responsabilidade civil do Estado: visão dos tribunais e experiência estrangeira”, realizado na PGE. Antagônico a Barroso em diversas oportunidades no STF, Gilmar Mendes também é convidado do evento.
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