Governo tem tratativas para importar diesel da Rússia em até 60 dias, diz Bolsonaro

A medida é uma aposta para reduzir o custo do combustível

Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

O governo federal tenta viabilizar em até 60 dias o início da importação de diesel da Rússia, afirmou nesta segunda-feira (11) o presidente Jair Bolsonaro. A medida é uma aposta para reduzir o custo do combustível, que não teve no preço final o mesmo impacto da redução de ICMS da gasolina e do álcool. O imposto cobrado pelos Estados no diesel já era inferior ao limite de 17% definido a partir deste mês para serviços considerados essenciais.

“Está acertado, em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe esta possibilidade”, afirmou Bolsonaro, em entrevista no Palácio do Planalto. “Importamos quase 30% [do diesel consumido no país]. Você tem que importar diesel de quem está vendendo mais barato e não importar de quem à vontade está vendendo até mais caro”, disse.

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O presidente não detalhou qual seria volume de importação, o preço e outros detalhes sobre a negociação.

A menos de três meses das eleições, Bolsonaro tem pressionado a Petrobras a não repassar eventuais aumentos de preços. Se referindo ao novo presidente da estatal, Caio Mário Paes de Andrade, inclusive cobrou redução dos valores caso a cotação do petróleo fique abaixo de US$ 100.

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“Aumentando o preço aqui, aumenta o lucro da Petrobras. A Petrobras está agora com um presidente que o fim social pela Lei das Estatais vai ser observado. O petróleo brent baixou de US$ 100 dólares, voltou a subir um pouquinho, acredito que se der uma certa constância um pouco abaixo de US$ 100 tem espaço para diminuir o preço nas refinarias”, provocou Bolsonaro.

Ainda sobre a importação de diesel da Rússia, o presidente exaltou a evolução de parcerias com o país e sua decisão de manter neutralidade após o líder russo Vladimir Putin invadir a Ucrânia, em uma guerra que já dura cinco meses.

“A Rússia continua fazendo negócio com o mundo todo, parece que as sanções econômicas não deram certo. Tanto é que a Alemanha teve agora 40% do gás cortado. A energia da Europa depende em grande parte da importação de gás da Rússia. O rublo, que o pessoal achou que ia virar pó, foi o que mais valorizou no corrente ano. É um grande país, tem o dobro da extensão nossa. E o Brasil manteve uma posição de equilíbrio, lógico que a gente gostaria que não houvesse guerra”, pontuou.

A fala à imprensa ocorreu no salão nobre do Palácio do Planalto, enquanto o presidente aguardava a chegada da presidente da Hungria, Katalin Novák, para uma visita oficial. Questionado sobre a PEC dos Benefícios, que não foi votada pela Câmara na semana passada por falta de quórum, Bolsonaro disse que a votação deve ocorrer nesta terça-feira, mas está sob responsabilidade do presidente da Casa, Arhur Lira (PP-AL).

“É do outro lado da pista, estamos muito bem com o Parlamento. Está nas mãos do Arthur Lira e previsto para [votar] amanhã”. Sobre a possibilidade de pagar os benefícios ainda neste mês, complementou: “O mais rápido possível, a população tem pressa”.

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