Lira e aliados controlam CPI de Americanas e das apostas

Além de CPI da Americanas e das apostas, foi instalada nesta quarta uma comissão que investiga 'invasões de terras produtivas' do Movimento Sem Terra

CPIs da Americanas, MST e apostas foram instaladas nesta quarta-feira Foto: Cléber Medeiros/Senado Federal
CPIs da Americanas, MST e apostas foram instaladas nesta quarta-feira Foto: Cléber Medeiros/Senado Federal

A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira simultaneamente três Comissões Parlamentares Investigativas (CPIs), incluindo uma comissão que vai investigar a falha contábil no balanço da varejista Americanas com controle das bancadas pendendo para o bloco partidário do centrão e até aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A primeira CPI foi aberta por um requerimento para investigar as inconsistências da ordem de R$ 20 bilhões “detectadas em lançamentos contábeis da empresa Americanas”, encontrados pelo ex-CEO Sérgio Rial. Outra, mais sensível ao governo, vai apurar as invasões de propriedade realizadas pelo MST. Por fim, a última tem finalidade de auferir sobre crimes em apostas esportivas.

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CPI da Americanas “tem o compromisso de punir” fraudes

A comissão será presidida pelo deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), aliado de Lira. Na abertura da primeira sessão da comissão, Ribeiro afirmou que as investigações “tem o compromisso de punir aqueles que fraudaram o mercado financeiro” mas que a CPI não poderia desestabilizar a economia do país e “arranhar” a imagem do Brasil para os negócios.

“Enquanto presidente, farei um trabalho de magistrado”, afirmou Ribeiro.

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A CPI da Americanas quer produzir um relatório para “trazer uma prevenção contra práticas de fraudes danosas à economia brasileira”, afirmou o deputado e relator eleito da comissão, Carlos Schiodini (MDB-SC).

O relator afirmou que a crise na Americanas colocou em xeque a confiança no sistema de capitais, assim como na concessão de crédito. Além disso, “mesmo a empresa seja privada”, o caso Americanas prejudicou os processos de auditoria em um setor importante, que foi o varejo. Schiodini prometeu “ouvir o maior número de pessoas possíveis”.

CPI do MST terá ex-ministro de Bolsonaro como relator

Outra CPI criada — e mais sensível ao governo Lula segundo interlocutores do governo ouvidos pelo Valor Econômico — é a que investiga invasões de terras do Movimento Sem Terra (MST).

A presidência da CPI do MST ficou com o deputado federal Coronel Zucco (Republicanos-RS), enquanto a vice-presidência foi dada a Kim Kataguiri (União-SP).

A CPI do MST também pretende investigar supostos financiadores do movimento, segundo o requerimento de ordem que convocou a comissão. O grupo indica que deve investigar apenas invasões em “terras produtivas”. O requerimento alega que há um “crescimento desordenado” das invasões.

É uma CPI disputada pelo governo e pela oposição. Mas um acordo de Lira favoreceu opositores do governo. O relator da comissão é o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles (PL-SP).

O PT tem apenas direito a uma vaga na comissão, que deve ser cedida à presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR).

CPI das apostas esportivas

A CPI das apostas esportivas deve apurar os resultados fraudados e irregularidades no âmbito das partidas do futebol brasileiro. A comissão é instalada na esteira da investigação do Ministério Público de Goiás, que investiga jogadores das séries A e B do Brasileirão por ganhos ilícitos com apostas.

Conforme o requerimento que abriu a CPI das apostas, “de acordo com a entidade [MP-GO, grupo criminoso teria cooptado atletas para agirem em campo”.

A presidência da CPI ficou com o deputado Julio Arcoverde (PP-PI), aliado de Lira. À vice-presidência da comissão foi eleito o deputado André Figueiredo (PDT-CE), deputado mais próximo ao governo.

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