Lira é reeleito presidente da Câmara com recorde de 464 votos

Em discurso, Lira defende democracia e diz que é hora de 'desinflamar' o Brasil

Arthur Lira é cumprimentado após eleição (Foto: Reprodução)
Arthur Lira é cumprimentado após eleição (Foto: Reprodução)

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi reeleito nesta quarta-feira com 464 votos, um recorde, para mais um mandato no comando da Casa. Ele reuniu apoio heterogêneo, de 14 dos 16 partidos e federações da Casa, que foi do PL de Bolsonaro até toda a base do governo Lula (PT).

O apoio no primeiro turno foi recorde desde a redemocratização. Os 464 votos superaram os 434 obtidos pelos ex-presidentes Ibsen Pinheiro (MDB-RS) em 1991 e João Paulo Cunha (PT-SP) em 2003. Ao longo da campanha, Lira trabalhou para demover todos os adversários internos.

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Apenas Chico Alencar (Psol-RJ), com 21 votos, e Marcel van Hattem (Novo-RS), com 19 votos, resolveram desafia-lo, mas suas candidaturas tiveram o apoio apenas dos próprios partidos.

Prioridade à reforma tributária

No discurso antes da eleição, o presidente da Câmara afirmou que “o Brasil tem pressa” e que dará prioridade à reforma tributária. Pediu ainda que os ânimos sejam arrefecidos, que a diversidade seja respeitada e que haja uma relação pacífica com o governo. “Ao mesmo tempo, se eleito, quero estabelecer com o Poder Executivo não uma relação de subordinação, mas de um pacto para aprimorar e avançar nas políticas públicas”, afirmou.

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Lira ainda prometeu que “jamais concordará com a invalidação de atos ou recursos por uma minoria em tribunais superiores”. Ele não deu detalhes sobre como agirá, mas sempre criticou o Rede Sustentabilidade ter apenas um deputado e um senador, mas recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar medidas aprovadas pela maioria do Congresso.

Ele listou ainda projetos aprovados em sua gestão, como pautas da bancada feminina, a redução dos impostos sobre combustíveis, o piso da enfermagem e a tipificação da injúria racial como crime de racismo.

“Continuarei fazendo o que sempre fiz nesta Casa, um atendimento sem intermediários a todos os deputados que me procuram”, disse. Com candidaturas para marcar uma posição política para fora da Câmara, mas sem chances de vitória, van Hattem e Alencar fizeram discursos opostos.

Críticas

O deputado do Novo criticou o bloco formado em torno de Lira e afirmou que não concorda com a aliança com o PT. “Tenho recebido apoio de muitos colegas que não se esqueceram que o PT é um partido que votou contra o Plano Real, contra as privatizações, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou. “Ele [Lula] é presidente da República, mas deveria estar na cadeia e não sentado no Palácio do Planalto”, afirmou.

Alencar atacou a força dada a Lira pelos deputados e disse que seu partido “não quer uma Câmara carimbadora”, mas também não quer uma “Câmara chantagista”. “Um presidente de poder, superpoderoso, como se almeja, 400, 450, 500 votos, é péssimo para o Executivo porque vai ampliar o grau de pressão, ilícita muitas vezes.

A chantagem do chamado Centrão pode crescer muito e isso é ruim para o país”, afirmou. Menos de um mês após a invasão de bolsonaristas radicais que vandalizou o Congresso, Alencar disse que ficou “um pouco frustrado” ao ouvir os outros candidatos e perceber que não mencionaram a tentativa de golpe de 8 de janeiro.

Um grupo de deputados bolsonaristas passou a vaiar a fala e gritar “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”. A esquerda respondeu aos gritos de “sem anistia”. “Quem vaia está defendendo a tentativa de golpe. É triste isso, ter dentro do Parlamento quem trama contra a democracia”, rebateu Alencar.

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