Lula volta a acenar à classe média no Minha Casa Minha Vida
Presidente destacou ainda a necessidade de valorização anual do salário mínimo
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou a importância da inclusão da classe média no Minha Casa Minha Vida. Segundo ele, devem ter direito ao financiamento do programa habitacional pessoas que ganham R$ 10 mil por mês.
“Eu não quero financiar casa só para as pessoas mais pobres, porque está cheio de trabalhador que ganha R$ 8 mil, R$ 6 mil, R$ 5 mil, R$ 7 mil, R$ 10 mil que também tem direito de ter uma casa, ele tem direito de ter financiamento”, disse Lula, em discurso remoto durante evento de entrega de 1.651 unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida na Bahia, Espírito Santo, Alagoas e São Paulo, nesta segunda-feira (23).
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O presidente participou do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, ao lado do ministro das Cidades, Jader Filho.
“Às vezes, a gente constrói [as casas] para os mais pobres e constrói para o mais rico, que tem financiamento e não precisa do governo, e essas pessoas que trabalham, metalúrgico, químico, gráfico, bancário, servidor público na saúde, no SUS, quer comprar uma casa e não é atendida porque nem é tão miserável, tão pobre, e não tem dinheiro para comprar”, acrescentou.
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Lula reiterou a necessidade de atender a classe média no programa. “Porque essa gente é a chamada classe média, que paga imposto nesse país, essa gente que trabalha muito, essa gente que se dedica, que levanta cedo”, declarou.
Salário mínimo
No discurso, o presidente também destacou a necessidade de uma política de valorização anual do salário mínimo. De acordo com a política adotada em maio pelo governo federal, o salário mínimo será reajustado anualmente de acordo com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) consolidado dos dois anos anteriores.
Segundo Lula, a importância de se ter uma profissão é que ela dá abertura para os cidadãos ganharem mais que o salário mínimo.
“Precisamos aumentar o salário mínimo todo ano. É por isso que a gente não pode dar apenas a inflação, a inflação não é aumento, é apenas reposição daquilo que se comeu do nosso salário”, comentou o presidente da República.
Conversa com Putin
Lula também conversou nesta segunda com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre os conflitos entre Israel e o grupo Hamas. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, ambos os presidentes concordaram sobre a necessidade de cessar os bombardeios na Faixa de Gaza e a imediata libertação dos reféns.
Segundo a nota, o presidente Lula relatou a situação dos brasileiros em Gaza e reiterou a urgência de criação de corredor humanitário que permita a saída dos estrangeiros e a entrada de remédios, água e alimentos na Faixa de Gaza.
Na conversa, Putin comentou sobre a proposta do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi vetada pelos Estados Unidos na semana passada.
Com o veto, o Conselho rejeitou o texto proposto sobre a guerra entre Hamas e Israel. Diante da voto negativo à proposta, Putin lamentou a falta de solução no conflito para a criação do Estado da Palestina.
Na ligação, o brasileiro e o russo também trataram sobre a guerra na Ucrânia. Segundo a nota, Lula “reafirmou a disposição do Brasil para ajudar em qualquer mediação quando os lados envolvidos estiverem dispostos a falar de paz”.
Com informações do Estadão Conteúdo