Lula compara Campos Neto a Sergio Moro e diz que presidente do Banco Central tem lado político
Lula indicou ainda que avaliará seu estado de saúde e sua resistência física antes de decidir se concorrerá à reeleição em 2026
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista a uma emissora de rádio nesta terça-feira (18).
Lula relembrou o polêmico jantar que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) ofereceu ao chefe da autoridade monetária na semana passada. E apontou que Campos Neto “quase assumiu a candidatura a um cargo do governo de São Paulo”.
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Tarcísio e Campos Netos são amigos e já surgiram especulações de que o presidente do BC poderia vir a ocupar algum cargo num eventual governo do atual chefe do Estado paulista. Isso caso venha a concorrer à Presidência – e vença.
Novo Sergio Moro?
Lula ainda declarou que o governador de São Paulo deve estar achando “maravilhoso” a atual taxa de juros brasileira. O presidente questionou se Campos Neto está disposto a fazer o mesmo papel que o ex-juiz e atual senador Sergio Moro fez.
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“Um paladino da justiça com rabo preso a compromissos políticos?” Lula disse, ainda, que Campos Neto não demonstra nenhuma capacidade de autonomia e tem lado político.
Candidatura em 2026
Além disso, Lula indicou que avaliará seu estado de saúde e sua resistência física antes de decidir se concorrerá à reeleição, em 2026.
Ele afirmou, no entanto, que não quer permitir que “um fascista” e “trogloditas” voltem a governar o país, em uma referência ao antecessor, Jair Bolsonaro, e seu grupo político.
“Não quero discutir reeleição em 2026. Tem muita gente boa para ser candidato, eu não preciso ser candidato”, disse. “Se for necessário disputar eleição para evitar que os trogloditas que governaram este país voltem a governar, pode ficar certo que meus 80 anos virarão 40. Mas não é a primeira hipótese.”
O presidente tem 78 anos e, se concorrer, tomará posse para um quarto mandato com 81 anos. Ao reassumir o posto em 2023, ele já se tornou o governante mais idoso a assumir a Presidência da República no Brasil.
“Nós vamos ter que pensar muito. Eu sei que eu vou estar com 80 anos [na campanha], tem que medir qual é meu estado de saúde, qual é minha resistência física”, disse. “Eu tenho que ter responsabilidade com o Brasil. Mas eu não vou permitir que o Brasil volte a ser governado por um fascista.”
Com informações do Valor Econômico