Lula defenderá em cúpula instância para integrar todos os países da América do Sul

Articulado pelo governo brasileiro, o encontro, que acontecerá na próxima terça-feira (30), terá a presença de todos os chefes de Estado sul-americanos

Lula durante reunião do 'Conselhão', no Palácio do Itamaraty. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência
Lula durante reunião do 'Conselhão', no Palácio do Itamaraty. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

Na cúpula com chefes de Estado da América do Sul, que acontecerá na próxima terça-feira (30), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderá a adoção de um mecanismo de integração com todos os doze países da região. A ideia é ter uma instância para debater as questões regionais, mas, sobretudo, negociar respostas comuns às demandas globais. A integração sul-americana é uma prioridade na política externa de Lula, que negocia ainda reuniões bilaterais às margens da cúpula da semana que vem.

Articulado pelo governo brasileiro, o encontro terá a presença de todos os chefes de Estado sul-americanos, à exceção da presidente do Peru, Dina Boluarte, que enviará um representante. Ela assumiu o governo local após a destituição de Pedro Castillo pela tentativa de um golpe de Estado e, por motivos constitucionais e em meio à crise política local, não pode deixar o Peru.

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Neste primeiro momento, diz o Itamaraty, a proposta da cúpula é identificar denominadores comuns mínimos para dar início ao diálogo sul-americano que, a depender da negociação entre os chefes de Estado, pode resultar em um fórum ou um bloco maior do que a Unasul, inativa nos últimos anos. A União de Nações Sul-Americanas reúne 7 países da América do Sul e não tem um encontro formal desde 2014.

“Não queremos prejulgar se vai ser criado um mecanismo de integração ou quando, porque há muitas diferenças de opinião entre os chefes de Estado. A ideia é colocar os presidentes juntos, dialogar e a partir daí ver caminhos a serem seguidos”, afirmou a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan.

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A embaixadora destaca não ser possível, nesse momento, cravar o caminho que os presidentes da América do Sul vão tomar, embora Lula defenda que uma união de todos os países, não mais de parte deles. “Na visão do Brasil, a gente queria ter algum tipo de integração permanente, que não seja suscetível a marés mais à esquerda ou à direita. Não temos modelo, apenas um desejo de como seria: os 12 países”, declarou a secretária.

“É importante para nós que não seja uma integração fracionada, dividida”, acrescentou Gisela, que define a reunião da terça-feira como um “ponto de partida”, e não de chegada. “Esperamos que saia daí uma orientação para onde, quando e como e em que velocidade deve caminhar a integração”, diz a embaixadora.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a ideia da cúpula é ser uma espécie de “retiro” – ou seja, criar a oportunidade de um diálogo informal, uma troca de ideias para retomar laços estremecidos nos últimos anos. Será um formato bastante restrito, com os presidentes acompanhados apenas de mais três pessoas. As reuniões serão no Palácio Itamaraty. Na noite de terça-feira, Lula oferecerá um jantar no Palácio da Alvorada.

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