Lula fala em recriar Ministério da Previdência e diz que fica “agradecido” sobre carta de FHC
O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou, em encontro com entidades e associações de idosos e aposentados, que pretende recriar o Ministério da Previdência, caso seja eleito. Sem mencionar diretamente a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) apoiando um “candidato que respeitasse as instituições”, Lula disse a jornalistas nesta quinta-feira (22) que fica “feliz e agradecido”. O petista citou que todo apoio é importante para que a eleição seja vencida por sua chapa no primeiro turno.
A nota de FHC não deixou explícito o apoio a um terceiro mandato do petista, ou à Simone Tebet, candidata da terceira via e da coligação da qual seu partido, o PSDB, faz parte, ou ainda se prefere a vitória de outro candidato. Lula disse que desconhece a carta, mas que fica feliz a “todo apoio que vier”.
“Para mim, todo apoio que vier, para levarmos essa eleição no primeiro turno, é melhor para todo mundo”, disse Lula na saída do evento, quando foi questionado por jornalistas sobre a carta. “Eu agradeço às pessoas que estão demonstrando confiança agora. Eu fico feliz e agradecido, obviamente. Espero que mais gente saiba o que está acontecendo no Brasil e se defina [em seu posicionamento político]”. O candidato ainda disse que sua chapa, com Geraldo Alckmin (PSB) na Vice-Presidência, é a que “efetivamente pode ser eleita e recuperar o país”.
Aceno aos aposentados
Lula chegou atrasado para o evento com representantes de associações da terceira idade. Com cerca de meia-hora de delonga, o candidato passou pelos portões da casa de eventos acompanhado pela esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.
O ex-presidente rumou para seu lugar dentro do círculo de cadeiras nas quais se sentavam os aposentados. Lula teve apoio do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) e do deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que foi o responsável pela aproximação do petista com as associações de aposentados, junto do ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas.
Com bolo e café servidos aos aposentados, e após falas de Mercadante e de alguns representantes, Lula iniciou o discurso com críticas sobre a gestão da previdência social no governo Bolsonaro. O petista teceu comentários elogiosos sobre a previdência social em seus mandatos, alegando que “zerou a fila da previdência” enquanto era presidente.
Em seguida, Lula focou nos aposentados. “Se você [aposentado] tiver uma causa, se você tiver uma motivação de vida, não tem idade para fazer as coisas”, afirmou. “Eu não estou vendo a idade passar. Como prova disso, casei agora, de novo, em maio”, continuou, evocando aplausos dos ouvintes.
Lula então ressaltou a profissão de cuidador de idosos. “Vamos ter que formar muita gente, transformando isso em um serviço público”, disse o candidato, também defendendo que SUS fosse fortalecido para ter o papel de capacitação dos cuidadores. “Não tem idade para fazer política pública”, completou.
Ministério da Previdência Social
Depois de minutos de discurso, Lula prometeu aos aposentados que vai recriar o Ministério da Previdência Social caso seja eleito. Sem dar detalhes de como pretende recriar o órgão, que cuidou da previdência durante o governo de Dilma Rousseff entre 2014 e 2015.
Atualmente, o órgão responsável pela Previdência é o Ministério do Trabalho e Previdência, extinto no primeiro dia de mandato de Bolsonaro e recriado pelo governo federal em 2021.
“Nós [idosos] precisamos ter motivação para viver, precisamos construir. A motivação é se sentir útil, participar da vida política, dar palpite e se interessar pelo que acontece”, afirmou Lula no evento.
Lula também defendeu a volta do programa Farmácia Popular com mais remédios de uso contínuo gratuitos para a população. Recentemente, o Estadão revelou que o programa sofreu cortes do governo federal no Orçamento de 2023. A medida foi revertida por Bolsonaro.
Lula deixou o evento para realizar gravações no prédio ao lado. O candidato segue viagem para Minas Gerais (MG) amanhã para realizar um evento, e, no final de semana, deve voltar a São Paulo para comícios na zona leste e no Grajaú.
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