Lula: representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável
Presidente brasileiro discursou durante a 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira (19) que a representação desigual e distorcida na direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial é inaceitável. O chefe do Executivo do Brasil disse que, quando instituições reproduzem desigualdades, elas fazem parte do problema e não da solução.
“No ano passado, o FMI disponibilizou US$ 160 bilhões em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas US$ 34 bilhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável. Não corrigimos os excessos da desregulação dos mercados e da apologia do Estado mínimo. As bases de uma nova governança econômica não foram lançadas”, disse Lula durante a 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
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No cenário mundial, Lula avaliou que o protecionismo dos países ganhou força, enquanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) permanece paralisada, em especial o seu “sistema de solução de controvérsias”.
O presidente afirmou ainda que o Brics – grupo de países emergentes – surgiu justamente na esteira desse “imobilismo” e se transformou em uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre as nações.
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“Somos uma força que trabalha em prol de um comércio global mais justo num contexto de grave crise do multilateralismo”, avaliou Lula.
Agenda 2030
Lula afirmou que a ação coletiva da ONU, voltada para o desenvolvimento e com foco na agenda de 2030, pode se transformar no seu maior fracasso. Segundo o presidente, as metas de redução da desigualdade ainda estão distantes de serem cumpridas.
“A mais ampla e ambiciosa ação coletiva da ONU, voltada para o desenvolvimento, agenda 2030, pode se transformar no seu maior fracasso. Estamos na metade do período de implantação e ainda muito distante das metas definidas. A maior parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável caminha em ritmo muito lento. O imperativo moral e político de erradicar pobreza e acabar com fome parece estar anestesiado”, afirmou o presidente brasileiro, durante discurso da 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Lula disse que, a 7 anos do prazo final da agenda de 2030 estabelecida pela ONU, será preciso incluir pobres no orçamento e fazer ricos pagarem impostos proporcionalmente ao seu patrimônio para garantir, de fato, uma redução na desigualdade entre os países.
Ele reforçou que o Brasil está comprometido com os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e repetiu que o país resgatou o universalismo na política externa.
Com informações do Estadão Conteúdo