Marina Silva à IF: Muitos investidores desistiram do Brasil para não se associarem à criminalidade

Ministra do Meio Ambiente aponta que "falta de cumprimento de leis ambientais e dos direitos humanos" é grande problema dos investimentos no Brasil

Lula e Marina Silva em agenda na COP 27. Foto: Divulgação/Twitter/@ricardostuckert
Lula e Marina Silva em agenda na COP 27. Foto: Divulgação/Twitter/@ricardostuckert

No decorrer do governo anterior, muitos investidores internacionais abandonaram suas posições no Brasil por dois motivos. Enquanto temem a insegurança jurídica do país, os estrangeiros também têm receio de que seus investimentos estivessem associados à criminalidade. Esta é a avaliação feita pela ministra do Meio Ambiente do governo Lula, Marina Silva, em entrevista cedida com exclusividade à Inteligência Financeira.

A ministra sinalizou que um novo rumo na agenda ambiental pode engajar investidores internacionais a retomarem aplicações brasileiras, seja em empresas privadas ou em títulos da dívida pública. Marina comentou que o governo Lula já está recebendo sinalizações de “governos, empresas e até instituições filantrópicas que querem investir novamente no Brasil.

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Marina Silva e os outros 36 ministros de Lula foram empossados oficialmente no domingo à noite, após a cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como 39º presidente do Brasil. É a segunda vez em que Marina assume como titular do Meio Ambiente, sendo que a última nomeação da ministra havia sido no primeiro mandato de Lula, em 2003.

Investir no Brasil tem problema grave, segundo Marina

“Um dos problemas graves para os investimentos no Brasil hoje é a falta de cumprimento das leis ambientais e de direitos humanos, principalmente”, afirmou Marina em entrevista ao editor-assistente da IF, Lucas Andrade.

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Ela citou o entrave no processo de revisão e assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia para a retirada de tarifas comerciais de produtos exportados da América do Sul. O acordo foi concluído em 2019, mas a UE decidiu não prosseguir com a fase de assinatura do documento.

Segundo Marina, o governo brasileiro abandonou metas em relação às mudanças climáticas e de redução do desmatamento, o que o teria impedido de fechar o acordo com a UE.

“O Parlamento da União Europeia já aprovou taxas para produtos com emissões de carbono intensivas, e agora nós vamos precisar fazer o dever de casa para não prejudicar a indústria e nem a agricultura brasileira”, disse Marina.

A ministra disse que o país pode aproveitar seu potencial ambiental para tornar-se também “uma potência econômica”.

Gestores entrevistados pela IF apontaram quais seriam os principais ativos de investimento em ESG que podem se valorizar devido ao ‘fator Marina’.

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