Mercadante: Não há possibilidade do BNDES atuar no caso Americanas (AMER3)

'Não vamos voltar a ser hospital de empresas mesmo', diz presidente do BNDES sem descartar crédito aos fornecedores da Americanas

O presidente do BNDES Aloizio Mercadante ao lado do senador Randolfe Rodrigues. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O presidente do BNDES Aloizio Mercadante ao lado do senador Randolfe Rodrigues. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que não há possibilidade de o banco de fomento atuar na crise da Americanas (AMER3).

“Não vamos voltar a ser hospital de empresas mesmo”, disse Mercadante, afirmando que os indícios de fraude em balanço são muito graves. O presidente do banco de desenvolvimento ainda disse que, em relação à Americanas, o BNDES tinha uma linha de crédito de R$ 2,4 bilhões, com uma pendência ainda existente de R$ 1,2 bilhão.

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BNDES vai discutir abrir crédito a fornecedores de Americanas

“Não temos R$ 1 em risco com as Americanas”, frisou o executivo, lembrando que compete à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avaliar com rigor o que aconteceu.

“Inclusive porque os sócios têm capital expressivo para aportar e salvar a empresa. O que podemos fazer e vamos discutir com a Febraban é abrir linha de crédito para pequenos fornecedores que são vítimas dessa fraude. Você tem que dar alternativa para não agravar a crise e essas empresas foram vítimas”, disse.

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Mercadante ressaltou ainda que o BNDES não tem que concorrer com o setor privado e pode desenvolver novos mercados e atuar sobretudo onde o mercado não chega. “Esse é o papel fundamental. Nisso nós temos grande desafio porque tivemos subsidio da TJLP do Tesouro para o BNDES e se criou o sistema de transferência de subsídios do BNDES para o Tesouro”, explicou o presidente do banco. “O BNDES não pode continuar sendo um grande financiador do Tesouro. Não é esse o papel do banco”, afirmou.

Mercadante deve ressaltar fomento à frente do BNDES

Para Mercadante, o BNDES é um banco de fomento “e vai voltar a ser assim enquanto eu estiver aqui”. “Não vai ter mais censura intelectual nesse banco, nós vamos debater o Brasil e pensar no futuro. Com a qualidade que nós estamos fazendo, com transparência e qualidade, esse fundo vai crescer muito”, afirmou.

Em conversa com os jornalistas, Mercadante afirmou que a flexibilização da TLP não passa por taxa abaixo da Selic.

“A TJLP não vai voltar. A ideia é ter leque de opção no lugar da TJLP. Nós não estamos falando em redução abaixo da Selic. Entre Selic e TLP tem imenso espaço. A TLP é uma taxa muito volátil, que prejudica principalmente as micro e pequenas empresas”, acrescentou.

Equilíbrio com Tesouro Nacional

Ele negou também que esteja propondo retirar recursos do Tesouro Nacional. “Temos que chegar com relação de equilíbrio com Tesouro. O que não dá é para o BNDES ser um instrumento financiador do Tesouro como continua sendo. Falei como exemplo dos dividendos: pego a taxa de juros, tudo isso é retirar recurso da economia e mandar para o Tesouro e isso não é papel do banco”, afirmou.

Mercadante disse que está sendo estudado o lançamento de uma letra de desenvolvimento a exemplo da LCI e da LCA para “captar recursos ao mercado e melhorar as condições de crédito”.

Ele negou que o seminário que o BNDES está organizando para março tenha como objetivo ‘atropelar’ a discussões do Ministério da Fazenda sobre uma nova âncora fiscal. “Fizeram uma leitura porque não consultaram nem a mim e nem a ele [Fernando Haddad, ministro da Fazenda]. Mesmo porque o novo marco fiscal já vai estar pronto [na época do seminário], não tem interferência nenhuma”, disse.

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