Mercado aceitará aumento de gastos sob Lula se receber nova proposta para teto de gastos, diz analista

Sergio Vale, economista da MB Associados, falou durante live da IF e do Jota sobre as perspectivas para o primeiro ano do governo Lula 3

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Foto: Divulgação
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. Foto: Divulgação

O primeiro ano do governo Lula 3 deve ter gastos fiscais muito intensos, eco das medidas tomadas por Jair Bolsonaro em 2022 e pelo aumento de medidas para contenção das crises econômicas e sociais. O mercado pode tolerar esse cenário, com a condição de que o político do PT acene com uma nova proposta para o teto de gastos.

“O grande dilema de fato será como equilibrar o gasto previsto para o ano que vem, e não só relacionado à continuidade do Auxilio Brasil, mas também relacionado ao aumento de salário de funcionalismo e salário mínimo”, diz Sergio Vale, economista da MB Associados, em live do Jota e da IF na noite deste domingo (30).

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Os gastos adicionais devem colocar o déficit público de 2023 entre R$ 150 bilhões e R$ 200 bilhões, acima dos R$ 100 bilhões previstos meses atrás. “Um gasto maior tem que vir em conjunto com a discussão de nova regra do teto a partir de 2024. Essas duas coisas têm que vir em conjunto para o mercado aceitar”, afirma.

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Reforma tributária

O ponto central que Lula tem abordado como proposta para reforma tributária é de não cobrar imposto de renda para quem tem renda inferior a R$ 5 mil, mas Vale afirma que o novo presidente deve ir além desse ponto e também dedicar esforços a uma reforma que contemple os impostos sobre bens e serviços.

“A Pec 45, espero que seja em torno dela o caminho (de reforma tributária), e que (Lula) consiga fazer (a reforma) ao menos no segundo semestre do ano que vem, que já seria um grande ganho.  ‘Esse é o caminho, você já tem boa vontade do Congresso para isso e acho que o governo futuro de Lula também tem muito boa vontade”, avalia.

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