O que esperar da primeira viagem de Lula aos Estados Unidos?

Mandatário brasileiro vai se encontrar com presidente americano, Joe Biden, na próxima sexta-feira

Presidente Lula em agenda no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula em agenda no Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca na próxima quinta-feira para os Estados Unidos para tirar a relação entre os dois países do “banho-maria” em que está desde que Joe Biden venceu a disputa pela Casa Branca, em 2020. A definição sobre o propósito principal da viagem foi dada nesta terça-feira pelo embaixador Michel Arslanian, secretário de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores.

De acordo com ele, a conversa entre Lula e Biden deve ocorre na tarde da próxima sexta-feira (10), no Salão Oval da Casa Branca. Pela manhã, de acordo com o diplomata, o presidente brasileiro deve conceder entrevistas e se encontrar com parlamentares americanos. A agenda ainda está sujeita a ajustes.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Arslanian reforçou que a ida de Lula a Washington tem caráter político, mas visa colher alguns resultados concretos. Um dos mais esperados é a possível adesão dos Estados Unidos como contribuinte do Fundo Amazônia, direcionado a ações de proteção de floresta. Também são aguardados avanços na inclusão do Brasil na cadeia de suprimentos de semicondutores que abastece o mercado americano.

Antes de se encontrarem pessoalmente, Lula e Biden se falaram duas vezes ao telefone desde que o brasileiro foi eleito. A primeira foi logo após as eleições e a outra em seguida aos ataques golpistas de Brasília, no dia 8 de janeiro. “O encontro visa um ‘resettling’ na relação, que estava em banho-maria desde a eleição do presidente Biden”, disse Arslanian, usando termo em inglês que significa uma espécie de reacomodação das relações diplomáticas.

Últimas em Política

Antes da vitória do candidato democrata, o Brasil de Jair Bolsonaro mantinha uma relação muito próxima com a Casa Branca comandada por Donald Trump, vista no ambiente diplomático como uma política de “alinhamento automático” aos interesses norte-americanos. Com Biden, o relacionamento esfriou significativamente.

Além dos telefonemas trocados entre os presidentes, o Brasil recebeu recentemente a nova embaixadora americana em Brasília, Elizabeth Bagley, e o governo dos Estados Unidos deu aval para a nova representante brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti.

A pauta oficial do encontro entre Lula e Biden prevê a discussão de temas como comércio bilateral, meio-ambiente e direitos humanos. A defesa da democracia e o papel das redes sociais na proliferação de discursos de ódio também deverão ser abordados. Os dois ainda devem tratar da guerra entre Rússia e Ucrânia e dos embargos americanos a Cuba e Venezuela.

Sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que solicitou um visto de turista para permanecer mais tempo nos Estados Unidos, o Itamaraty se limitou a dizer que essa é uma questão migratória que cabe somente ao governo americano. Arslanian também disse que o episódio dos balões chineses suspeitos de espionarem os Estados Unidos não está na pauta do encontro entre os dois presidentes.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS